Um novo ataque de pirataria informática está a atingir empresas em todo o mundo.
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Cerca de um mês e meio depois do mega ataque que atingiu centenas de multinacionais, incluindo empresas portuguesas, os piratas informáticas voltaram a atacar.
A Ucrânia é o país mais atingido, mas há registo de firmas atacadas no Reino Unido, França, Holanda, Rússia e Índia. Uma cadeia televisiva ucraniana disse, citada pela Reuters, que "os computadores foram bloqueados" e que foram solicitados cerca de "300 euros, em Bitcoins, para ter novamente o controlo dos sistemas informáticos".
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"Se estás a ver esta mensagem, os teus ficheiros já não estão disponíveis, porque foram encriptadas. Talvez já estejas ocupado a procurar uma forma de recuperar os ficheiros, mas não percas mais tempo. Ninguém pode recuperar os ficheiros sem os nossos sistemas informáticos", diz a mensagem com que as vítimas deste ataque são confrontadas, segundo uma publicação do "Channel 24", da Ucrânia.
Costin Raiu, diretor de investigação da Kaspersky Lab, marca que desenvolve sistemas de proteção informática, escreveu no Twitter que já houve várias empresas a pagar o montante exigido pelos hackers.
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A transportadora marítima dinamarquesa Maersk, o gigante publicitário britânico WPP e o grupo industrial francês Saint-Gobain confirmaram ter sido afetadas pelo ataque informático, precisando que os respetivos sistemas foram protegidos para evitar eventuais perdas de dados.
O sistema de monitorização de radiação, em Chernobil, também é um dos alvos do ataque, de acordo com informação divulgada pela AFP.
O Banco Central da Ucrânia informou que vários bancos e empresas ucranianos tinham sido alvo de um ataque informático que provocou constrangimentos em diversos serviços, nomeadamente nos pagamentos com cartões bancários.
"O Banco Central da Ucrânia informou os bancos e outros agentes do mercado financeiro de um ataque informático externo realizado hoje contra as páginas na Internet dos bancos ucranianos e de empresas públicas e comerciais", referiu a instituição, num comunicado.
Por exemplo, e na sequência do ataque, os passageiros do metro de Kiev não estavam a conseguir comprar bilhetes com os respetivos cartões bancários e os bancos ucranianos tiveram de suspender alguns dos serviços prestados aos seus clientes.
Na Rússia, o gigante petrolífero Rosneft confirmou ter sido vítima de um "poderoso ataque informático" que visou os seus servidores.
O grupo russo petrolífero precisou que a sua produção não foi interrompida.
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Segundo a BBC, o ataque é semelhante ao desencadeado em maio: poderá tratar-se de uma tentativa de pedir dinheiro para desbloquear os computadores afetados.
Alguns especialistas, referidos pelo "The Guardian", dizem que poderá ser uma variação do vírus chamado Petya, também conhecido por Petrwrap.
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Entretanto, a Europol já reagiu a mais esta crise informática. Através do Twitter, Rov Wainwright, explicou que. "Estamos a responder de forma urgente a relatos de um novo ataque de ransomware em larga escala contra empresas na Europa".
Kaspersky coloca dúvidas sobre origem do novo ataque
Num comunicado tornado público nas redes sociais, a Kaspersky acredita que estes novos ataques nada têm a ver com os do passado.
"Os analistas da Kaspersky estão a investigar uma nova onde de ataques a diversas empresas em todo o mundo. As nossas primeiras conclusões sugerem que não se trata de uma variante do Petya, mas um novo ransomware nunca antes visto. É, por isso, que lhe chamamos de NotPetya (Não é o Petya)", pode ler-se na publicação.
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Até ao momento, a empresa aponta para mais de 2 mil ataques em todo o mundo. Ainda assim, trata-se de um número bem menor do que aquele registado aquando do ataque do WannaCry, em maio. Nessa altura foram detetadas mais de 200 mil infeções.
As comparações entre os dois ataques são inevitáveis. Ao "The Telegraph", Ken Spinner, vice-presidente da empresa de software Varonis, explicou que este novo vírus pode "ter mais implicações" e ir "mais longe" do que as versões anteriores. "Este ataque não se fica pela encriptação dos dados. Ele ataque os computadores para que deixem de funcionar", disse.
Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) sem conhecimento de "qualquer tipo de impactos"
Depois de tomar conhecimento de que estaria a ocorrer um "ataque informático na Ucrânia e de larga escala", o CNCS alertou a rede nacional de CSIRTs (Computer Security Incident Response Team). Até meio tarde tarde desta terça-feira, "não são do conhecimento do CNCS qualquer tipo de impactos".
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No comunicado, o organismo explica que se vai manter atento e continuará "a divulgar a informação que considere relevante".