A primeira memória verdadeiramente viva que tenho de um Mundial é de 1998, França. Em 20 anos, Portugal deixou de ser o país que ficava sempre de fora, tornando-se num dos candidatos a vencer e até tem o melhor jogador do Mundo. Mas muito mais mudou, principalmente na forma como a maior competição de futebol nos chega a casa.
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Ronaldo, Zidane, Suker ou Kluivert apenas nos chegavam pelas televisões ao final do dia ou nos jornais no dia seguinte. Vinte anos depois, temos televisões que passam conteúdos relacionados com o Mundial da Rússia de hora a hora. O facto de Portugal participar de forma consecutiva na nona competição internacional de seleções também ajuda.
Mas a grande mudança em termos de informação são mesmo as redes sociais. Os jornalistas que estão na Rússia têm hoje a possibilidade de reportar de forma imediata tudo o que acontece e fazem-no, principalmente, através do Twitter. É todo um novo conjunto de oportunidades para os profissionais de informação que, graças aos smartphones e à Internet móvel, conseguem colocar no ar os mais importantes conteúdos, alargando o efeito de breaking news ao segundo.
A própria relação com os leitores torna-se hoje mais aberta. Não são todos que o fazem, mas muitos jornalistas interagem com os seguidores, criando uma nova forma de comunicação.
As redes sociais contribuíram ainda para um novo tipo de Mundial. Aquele que nos chega das bancadas. A história dos adeptos do Senegal e do Japão, filmados a limpar as bancadas no final dos jogos das respetivas seleções, rapidamente correram Mundo, graças às redes sociais. E até as coisas menos boas, como o caso dos adeptos brasileiros que assediaram uma jovem russa que não sabe falar português, ganham uma verdadeira projeção com estes novos media.