Há quase dois milhões de portugueses na nova rede social que se baseia na criação de vídeos com dança e música.
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Versáteis e dinâmicos, os jovens estão a revolucionar a forma como os conteúdos são consumidos na Internet e as redes sociais estão atentas. Do Facebook (que não, ainda não morreu) ao Instagram, as plataformas estão a evoluir e a adaptar-se às tendências. Mas é o TikTok, lançado em 2016, que está a crescer a um ritmo alucinante em Portugal: ganhou mais meio milhão de novos utilizadores entre fevereiro e maio. Terça-feira, celebra-se o Dia Mundial das Redes Sociais, que se assinala desde 2010.
A aplicação chinesa baseia-se na criação de vídeos curtos, com dança, música, desafios e partidas . "É uma rede social muito interativa e é pelo lado divertido que cativa tanta gente", justifica Cristina Figueira, digital "account manager" da Azerion, empresa que gere a comercialização da publicidade do TikTok em Portugal.
Procuraram diversão
O crescimento de 36% nos últimos meses deve muito à pandemia, que não só trouxe mais 500 mil portugueses ao TikTok como alterou o perfil de utilizador. A curiosidade e a necessidade de conteúdos leves fez aumentar a procura e, dos 1,8 milhões de utilizadores nacionais, 20% têm mais de 25 anos. "As pessoas estavam em casa com mais tempo livre, queriam entreter-se e fugir um bocadinho a todas as notícias sobre a covid-19", explica ao JN a responsável da Azerion.
Porém, é no segmento juvenil que a aplicação cimentou o sucesso. "O TikTok ajuda-nos a perceber o que vem aí, qual é o futuro", garante Paulo Rossas, diretor de Inovação da Lisbon Digital School. E o futuro passa por conteúdo instantâneo, impactante, consumido à velocidade da luz, através de um pequeno objeto que guardamos no bolso.
Se há uns anos o telemóvel era encarado como um "admirável mundo novo", hoje é algo natural e até intrínseco para as novas gerações. "O telemóvel faz parte deles, não é um acessório", justifica o especialista em redes sociais.
No TikTok, os conteúdos são desenhados na vertical e, por isso, cabem todos no telemóvel. O vídeo é o formato de eleição (mas só dura alguns segundos) e não há texto. Na opinião de Paulo Rossas, esta é uma realidade que veio para ficar e terão que ser as marcas, as organizações, o ensino e os meios de comunicação a adaptarem-se.
Geração multitasking
Na era do imediatismo, a "geração multitasking" pode não ser facilmente compreendida pelos adultos, mas a verdade é que os jovens conseguem fazer inúmeras tarefas ao mesmo tempo na Internet. Conversam com os amigos enquanto publicam uma fotografia nas redes sociais e assistem a um jogo de futebol, no sofá, com a família.
Mas se é assim tudo tão rápido, o conteúdo é assimilado? Sim, mas a informação tem que ser criativa. "A Organização Mundial de Saúde, por exemplo, tem milhões de fãs no TikTok. Fizeram todas as campanhas de prevenção lá e essa é a grande diferença", defende o especialista em redes sociais. O segredo está na rapidez, simplicidade e dinamismo.
OUTRAS REDES
FB ganha novo fôlego
Apesar de parecer adormecida, a rede social criada em 2004 por Mark Zuckerberg continua a ser a mais utilizada em Portugal e no Mundo. A pandemia voltou a cativar o público, sobretudo pela possibilidade de fazer videochamadas durante a quarentena e matar saudades da família.
Instagram é popular
A rede social que privilegia a fotografia é uma das preferidas. O Instagram começou por captar grande parte do público jovem que migrou do Facebook para "fugir" aos adultos.