O ator José Boavida morreu, esta terça-feira, depois de duas semanas em que esteve internado em coma induzido. Tinha 51 anos.
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José Boavida estava nos cuidados intensivos do Hospital Amadora Sintra, depois de se ter sentido mal a caminho de casa, em Queluz, e ter caído inanimado no chão. Foi encontrado por populares.
Tinha um prognóstico muito reservado e as piores previsões confirmaram-se hoje. De acordo com o agente do ator, Paulo Araújo, José Boavida não resistiu às sequelas e morreu cerca das 00.30 horas de hoje.
Nas redes sociais, a família esclareceu que o ator "não sofreu nenhum AVC, nem enfarte", mas sim uma paragem Cardio-Respiratória, depois de algumas notícias contraditórias sobre o que realmente tinha acontecido ao ator.
A revista Caras publicou na sua edição online a 22 de janeiro um comunicado da família na qual esta fazia o agradecimento público aos Bombeiros Voluntários de Queluz e à equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que socorreu o ator.
"Em primeiro lugar, esses 'jornalistas' não procuraram apurar a veracidade de algumas informações que recolheram em fontes não ligadas à família, nem ao hospital, acabando por sair notícias com informações falsas (O Zé não sofreu nenhum AVC, nem enfarte, mas sim uma paragem cardiorrespiratória); em segundo lugar as poucas informações passadas pela família (dizer que o INEM - VMER demorou a chegar) foram deturpadas para obtenção de títulos bombásticos (Filha acusa Inem de negligência) ", pode ler-se na mensagem da família publicada então pela revista.
José Boavida celebrou no ano passado 30 anos de carreira e preparava-se para dar formação teatral em fevereiro.
Nasceu em 1964 em Castelo Branco, e a sua longa carreira passou por diversos géneros. Mais recentemente, José Boavida era presença assídua na TV, com o seu papel na série de sucesso da RTP, "Bem-vindos a Beirais", onde dava corpo ao mecânico Manuel Pedroso. Atuou também em várias séries de televisão e telenovelas, como "Morangos com Açúcar", "Inspector Max" ou "Doce Fugitiva".
Mas o cinema também contou com a presença de Boavida, tendo entrado em filmes como "O Grande Kilapi", de Zézé Gamboa, A Vida Privada de Salazar", de Jorge Queiroga, o "Contrato", de Nicolau Breyner, "Amália -- O Filme", de Carlos Coelho da Silva, "O mergulho", de Jorge Paixão da Costa, "Até amanhã camaradas", de Joaquim Leitão, "Capitães de Abril", de Maria de Medeiros, e "Alta Fidelidade", de Tiago Guedes e Frederico Serra, entre outros.
No teatro, participou em diversas peças ao longo da sua carreira, tendo começado em 1992 em A Barraca, com o "Mi Rival de Ralph Talbot", encenado por Hélder Costa, participando durante duas décadas e meia em mais de 20 peças.
Em 2013, subiu ao palco do Teatro Tivoli com "O Tesouro", numa encenação de José Wallenstein.
Além de ator de televisão e cinema, Boavida foi também encenador de inúmeras peças que subiram ao palco do Teatro AltaCena, da Sociedade Guilherme Cossoul, em Lisboa, a última das quais em 2012: "O Menino que queria ser Presidente", de Thomas Hadiberg.