O número de vítimas mortais provocado pela passagem do Irma, o mais poderoso furacão atlântico numa década, aumentou para 13, após a confirmação de mais três mortos em Porto Rico.
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As três vítimas de Porto Rico juntam-se à de Anguilla, às oito registadas nos territórios ultramarinos franceses de St. Martin e São Bartolomeu e a uma outra, uma criança de dois anos, em Barbuda.
Na ilha de Anguilla, território britânico com cerca de 15 mil habitantes, 90% das estradas estão intransitáveis, segundo a agência de gestão de emergências das Caraíbas.
O Irma é, segundo o instituto meteorológico Météo France, o mais longo furacão de categoria 5 na escala de Saffir-Simpson alguma vez registado no mundo, ao manter-se nesse grau, com ventos de 298 Km/hora, há mais de 33 horas.
O furacão bateu o "supertufão" Haiyan, que fustigou as Filipinas durante 24 horas, em 2013, com ventos de 295 quilómetros por hora, fazendo um número também recorde de mortos, superior a seis mil.
A destruição causada pelo Irma em Anguilla, segundo fonte governamental britânica, "é grave e, em alguns locais, critica".
As Ilhas Virgens Britânicas sofreram igualmente "danos graves" e apenas em Montserrat, território também britânico, os estragos "não são tão graves como se pensou inicialmente".
Não há eletricidade, nem gasolina, nem água, as casas estão submersas, os carros flutuam pelas ruas e as pessoas estão sentadas no escuro, em casas destruídas, isoladas do mundo.
Nas últimas horas, o Irma, uma tempestade "de proporções épicas", provocou "enormes estragos" na parte holandesa de St. Martin (a antiga colónia holandesa de St. Maarten), destruindo o aeroporto e deixou a ilha isolada do mundo, disse hoje à imprensa o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte.
A "destruição de infraestruturas, habitações e negócios é de grande escala", disse. "Não há eletricidade, nem gasolina, nem água, as casas estão submersas, os carros flutuam pelas ruas e as pessoas estão sentadas no escuro, em casas destruídas, isoladas do mundo".
"Infelizmente, é atualmente impossível chegar à ilha devido aos enormes estragos causados ao aeroporto e ao porto", acrescentou, precisando que não há até ao momento informação sobre vítimas mortais.
Em St. Martin (70 mil habitantes no total) e São Bartolomeu (10 mil), "cenário de horror", "pesadelo" e "paisagem apocalíptica" são termos usados para descrever a devastação provocada pelo Irma.
"Estamos perante um fenómeno sem igual. Tudo o que tinha um mínimo de solidez deixou de existir", descreveu o jornalista local Steve Prudent, citado pela agência France-Presse.
Segundo o presidente do conselho territorial, Daniel Gibbs, "95% [da ilha] está destruída".
Na ilha vizinha de São Bartolomeu "ficou tudo estragado, é terrível, é um cenário de horror", relatou Paul Windt, do diário da parte holandesa "Daily Herald".
"A destruição é maciça", afirmou hoje o ministro do Interior francês, Gérard Collomb, depois de o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciar que vai visitar as zonas ultramarinas francesas atingidas "assim que for possível".
O Irma tocou na madrugada de hoje a costa do território norte-americano de Porto Rico, deslocando-se a uma velocidade de 26 quilómetros por hora para a zona ocidental da República Dominicana.