A coreógrafa Catarina Miranda é uma repetente do Festival Dias da Dança (DDD) certame que deu a conhecer obras suas como "Cabraquimera" ou "Poromechanics".
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O Festival Dias da Dança chega à sua segunda semana com uma influência oriental. Atsumori foi um jovem samurai japonês do período Heian, famoso pela sua trágica história de vida e morte. O jovem guerreiro ficou conhecido pela sua habilidade para a dança e música, além das suas aptidões marciais.
A sua morte prematura durante a Batalha de Ichi-no-Tani, em 1184, aos 16 anos, inspirou várias obras literárias e dramáticas, incluindo o famoso “Atsumori” de Zeami Motokiyo, uma peça do teatro Noh. A sua história é frequentemente retratada como um símbolo da efemeridade da vida e das tragédias da guerra.
Foi esta a narrativa que convenceu Catarina Miranda, uma das coreógrafas mais proeminentes da sua geração, a criar a peça homónima que estreia esta terça-feira, às 21 horas, no Teatro do Campo Alegre, no Porto.
A esta influência acrescentou “a sala vermelha do Twin Peaks para desdobrar a realidade”. Uma forma de criar um tempo circular com memórias de construções circulares, sociais e militares.
Toda a imagética e o movimento são saturados, como um espetáculo de fogo de artifício onde não se sabe para onde olhar dada a fartura de pormenores que oferece. Uma estreia para carregar os sentidos e espantar a morte.