A saída dos Estados Unidos da Organização Mundial de Saúde (OMS), decretada no primeiro dia de mandato de Donald Trump, é encarada como um motivo de preocupação entre especialistas de Saúde Pública. Francisco George, antigo diretor-geral da Saúde, considera que a "atitude precipitada" trará as "piores implicações".
Corpo do artigo
"O cenário é muito preocupante. Podemos estar a entrar numa era muito cinzenta, em contraste com as declarações de [Donald] Trump, em anunciar a época de ouro para a América", alerta o especialista em Saúde Pública, que dirigiu a Direção-Geral da Saúde (DGS) entre 2005 e 2017.
Francisco George afirma que tal como acontece com as epidemias, os riscos para a Saúde "não respeitam fronteiras" e que a "atitude precipitada" em retirar os Estados Unidos do organismo das Nações Unidas vai trazer "consequências negativas" não só para o povo americano, como para os outros países do Mundo, já que a OMS é a entidade que coordena o cenário global. Um dos motivos de preocupação é a circulação expressiva do vírus H5N1, responsável pela gripe aviária, nos Estados Unidos. No início do ano, o país confirmou a primeira morte humana causada pelo vírus, através do departamento de Saúde do Estado do Luisiana.