O Governo decretou hoje dia de luto nacional para sexta-feira. Desde domingo arderam mais de 121 mil hectares. Em Aveiro os fogos estão totalmente dominados, mas a tarde em Vila Pouca de Aguir foi complicada devido às reativações.
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Os incêndios nos distritos de Viseu e Vila Real, respetivamente em Castro Daire e Peso da Régua, eram os maiores focos de preocupação à meia-noite, já que os fogos de Arouca (Aveiro) e Vila Pouca de Aguiar já foram dados como controlados.
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Cerca de 3700 operacionais, apoiados por 1100 meios terrestres, combatiam, à meia-noite, mais de 80 incêndios em Portugal Continental, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
A essa hora estavam ativos 84 fogos, combatidos por 3776 operacionais, segundo informação disponível no site oficial da ANEPC. Os fogos que lavram há vários dias em Castro Daire, no concelho de Viseu eram os que mobilizavam mais operacionais e meios.
O incêndio que lavra em Arouca, concelho do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto (AMP), está controlado e entrou em fase de resolução, disse à Lusa o comandante dos bombeiros locais, José Gonçalves.
"Já está em resolução", confirmou à Lusa José Gonçalves, referindo-se ao incêndio que lavra desde quarta-feira à tarde na freguesia de Alvarenga. De acordo com o comandante dos bombeiros, este desfecho foi devido ao combate ao fogo, já que "ainda não chove em Arouca e está calor", pelas 23.20.
"Conseguimos fechá-lo [o incêndio] todo, ainda tenho pessoal no terreno, porque há sempre um foco aqui e acolá, mas está controlado", disse.
Os dois fogos que sofreram reativações hoje de tarde em Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real, já "estão dominados" e em fase de resolução, disse à Lusa fonte da Proteção Civil.
"Neste momento estão todos dominados. Está tudo já a ficar resolvido. Temos algum pessoal a vigiar o rescaldo nalguns pontos quentes, mas se calhar durante a noite fica tudo mais descansado", disse à Lusa Artur Mota, comandante sub-regional da Proteção Civil do Alto Tâmega e Barroso.
De acordo com o responsável, para este desfecho contribuíram "as condições meteorológicas, apesar de ainda não estar a chover".
Um incêndio que deflagrou hoje em Sedielos, Peso da Régua, no distrito de Vila Real, ameaçou casas e mais que duplicou o número de operacionais nas últimas horas, que pelas 22.45 eram 153, ajudados por 48 meios terrestres.
De acordo com o segundo comandante sub-regional do Douro, José Requeijo, o incêndio terá evoluído desfavoravelmente "pelas condições do próprio terreno e dos combustíveis". "Houve umas habitações e uma povoação que estiveram ameaçadas, mas fruto do esforço e do empenho das forças que estavam no terreno e dos operacionais, conseguiu-se evitar qualquer dano", detalhou à Lusa.
A organização ambientalista GEOTA defendeu hoje um plano de estabilização de emergência dos solos, na sequência dos incêndios no Norte e Centro do país, alertando que as chuvas previstas potenciam contaminações e resultam das alterações climáticas.
"Em primeiro lugar, há que desenvolver um plano de ações de estabilização de emergência. Obviamente que aqui temos outra agravante que é, na mesma semana em que acontecem os incêndios, estão previstas chuvas fortes", afirmou Miguel Jerónimo, coordenador de projetos de reflorestação do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA).
O especialista, em declarações à Lusa, acrescentou que, tendo em conta o espaço temporal, é muito difícil de que as ações de estabilização "tenham efeito" antes das chuvas porque "são quase coincidentes" e, por isso, este cenário "é uma consequência de alterações climáticas".
"A semana passada estávamos naquilo que era um dos melhores anos da última década em termos de incêndios, de ignições. Agora já passámos para aquilo que pode ser talvez o terceiro pior, isto as contas fazem-se no fim. E, de repente, na mesma semana que temos esta catástrofe de incêndios, temos a previsão de chuvas fortes, portanto, o resultado das alterações climáticas está aí", vincou.
Os presidentes de Moçambique, Filipe Nyusi, e da Eslovénia, Natasa Pirc Musar, enviaram mensagens de solidariedade ao chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, pelos incêndios dos últimos dias em Portugal.
Segundo uma nota hoje publicada no sítio oficial da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa "recebeu uma mensagem do Presidente Filipe Jacinto Nyusi, na qual transmite palavras de solidariedade e simpatia dirigidas às famílias atingidas pelos incêndios".
"O chefe de Estado moçambicano transmitiu ao Presidente da República e ao povo português a sua solidariedade perante a calamidade provocada pelos incêndios na zona centro do país", acrescenta-se na mesma nota.
Numa outra nota, a Presidência divulgou que Marcelo Rebelo de Sousa "recebeu uma mensagem da presidente eslovena, na qual transmite a sua profunda solidariedade perante a tragédia provocada pelos incêndios e expressa condolências às famílias das vítimas mortais".
Seis frentes ativas continuam a preocupar a proteção civil no concelho de Castro Daire, sendo a que está na freguesia de Moledo a "mais preocupante", disse esta quinta-feira o presidente do município.
Cerca das 21.30, o presidente da Câmara de Castro Daire, no distrito de Viseu, afirmou que a situação estava "mais favorável" no concelho, apesar de admitir que "não significa que a situação não seja muito preocupante".
"Temos seis frentes ativas em vários pontos do concelho. A mais preocupante continua a ser na zona de Aguadalte, Casais do Monte e Covelo de Paiva [na freguesia de Moledo] e temos também na freguesia de Cabril e na serra do Montemuro", apontou Paulo Almeida.
O Parque Biológico de Gaia vai reabrir na sexta-feira após ter sido encerrado, por precaução, na segunda-feira devido aos incêndios que lavravam na região, confirmou fonte oficial da autarquia gaiense.
Um dos incêndios que lavram em Castro Daire, no distrito de Viseu, encontrava-se esta quinta-feira à noite com "cerca de 10 frentes ativas com pouca intensidade", disse o comandante nacional de emergência e proteção civil.
"A noite ainda vai ser de muito trabalho, em particular na região de Viseu Dão Lafões e também na Área Metropolitano do Porto, no incêndio de Arouca, Alvarenga [distrito de Aveiro]. São incêndios que ainda estão ativos", afirmou o comandante nacional André Fernandes.
Um dirigente da associação ambientalista Zero defendeu hoje rapidez na identificação "dos pontos críticos mais suscetíveis à erosão" dos solos, nas zonas atingidas pelos incêndios no Norte e Centro, para evitar arrastamento de cinzas e derrocadas.
Segundo Paulo Lucas, da Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável, "setembro costuma ser um mês relativamente imprevisível" e, por isso, têm de se identificar "quais são os pontos críticos mais suscetíveis à erosão para, muito rapidamente" se fazerem intervenções "no sentido de conter a erosão nesses espaços e o arrastamento do solo, das cinzas".
"Para prevenir que até haja derrocadas e outras coisas que podem acontecer agora nos próximos tempos, se efetivamente nós tivermos uma meteorologia que também seja desfavorável", acrescentou, em declarações à Lusa.
Nesse sentido, defendeu que, após o rescaldo dos incêndios, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), em conjunto com municípios, associações florestais e outras entidades, deve avançar, no prazo de 15 dias, com o levantamento das situações e atuar no máximo após um mês pois, atrasando-se "as intervenções nos sítios mais críticos", pode surgir "uma situação muito grave" a juntar à já existente.
O número de frentes ativas no incêndio que lavra desde a tarde de quarta-feira em Arouca, no distrito de Aveiro, diminuiu de três para duas, informou hoje fonte oficial da câmara municipal.
"Diminuiu para duas o número de frentes ativas. Uma delas é no lugar de Celadinha (freguesia de Moldes)", e a outra "encontra-se em Noninha (freguesia de Alvarenga), não havendo qualquer aldeia em confinamento, nem estradas interditas", refere um comunicado da autarquia.
O Plano de Emergência da Unidade local de Saúde de Aveiro é levantado às 20 horas desta quinta-feira, por decisão do conselho de administração, informou aquela entidade.
A decisão da Unidade Local de Saúde da Região de Aveiro (ULS RA) teve em conta "a situação reportada, ao dia de hoje, pela Proteção Civil Distrital".
Ao fazer cessar o Plano de Emergência Externa/Catástrofe, isso significa que todas as unidades que integram a ULS RA retomam o seu normal funcionamento.
O Plano de Emergência Externa Catástrofe foi ativado às 13 horas de segunda-feira, devido à vaga de incêndios que deflagrou na região.
Em comunicado, o conselho de administração da ULS RA "agradece a todos os profissionais que colaboraram, de forma célere e colaborativa, na ativação e implementação do Plano".
Os agradecimentos são também dirigidos à Cruz Vermelha Portuguesa, "que se revelou fundamental no transporte de doentes não urgentes do Serviço de Urgência de Aveiro para o Centro de Saúde de Aveiro e transporte inter-hospitalar".
Aquela entidade agradece ainda à Proteção Civil Distrital, "com quem trabalhou de forma permanente e eficaz, bem como à comunicação social, que teve um papel fulcral na divulgação de mensagens de prevenção e de orientação da população no acesso às unidades de saúde".
A Ucrânia disponibilizou esta quinta-feira um avião de combate a incêndios às autoridades portuguesas para enfrentar os fogos florestais que têm atingido o país nos últimos dias.
Numa mensagem divulgada na rede X, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiga, afirmou que "a Ucrânia está solidária com o seu amigo Portugal", e que observa "os socorristas portugueses na luta contra os incêndios florestais mortíferos".
Sob as instruções do Presidente Volodymyr Zelensky, "a Ucrânia ofereceu um avião de combate a incêndios ucraniano AN-32P, com uma equipa, para apoiar estes esforços", informou o chefe da diplomacia de Kiev.
Os incêndios que lavram em Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Águeda e Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro, estão "completamente dominados", disse o Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes.
"O complexo de incêndios entre a Área Metropolitana do Porto e Aveiro - Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Águeda, Albergaria - está completamente dominado", afirmou André Fernandes, numa conferência de imprensa, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, no concelho de Oeiras (Lisboa).
De acordo com o comandante, "houve várias reativações" destes fogos, "mas foram sendo dominadas ao longo do dia". "O complexo de incêndios está dominado e estabilizado", reforçou.
Três frentes estão ativas em São Pedro do Sul, uma "mais preocupante", perto de Sobral, além de outra, vinda de Arouca, disse o presidente da Câmara, acreditando, contudo, que o fogo seja controlado pela manhã.
Cerca das 19.30 horas, o presidente do Município de São Pedro do Sul, Vítor Figueiredo, disse à agência Lusa que o incêndio que "herdou" do concelho vizinho de Castro Daire, também no distrito de Viseu, está agora com "uma frente nova a chegar de Arouca, município da Grande Área Metropolitana do Porto, que também foi atingido pelo incêndio de Castro Daire. "Essa é uma frente que está muito perto de nós, depois tenho três ativas dentro do meu concelho: em Fujaco, freguesia de Sul, Gourim, em São Martinho das Moitas e Sobral/Mosteirinho, que é a que está a preocupar mais", descreveu.
Vítor Figueiredo adiantou que "não há populações em perigo, nem isoladas e as estradas estão todas reabertas" e que a frente na zona de Sobral "vai ser atacada nas próximas horas com um reforço de meios". "Temos muitos meios, tanto de operacionais como de veículos, para podermos atacar essa frente de fogo. Neste momento, não está vento e se assim se mantiver estou convicto que até amanhã [sexta-feira] de manhã isto fica controlado. Só espero é que não venha o vento e que isto não mude e, infelizmente, tudo isso é possível", afirmou.
O presidente daquele município da região de Lafões disse que, por aquela hora, cerca das 19.30 horas, os meios aéreos já tinham recolhido, "mas estão no terrenos [estavam] mais de 550 operacionais".
A presidente da Câmara de Vila Pouca de Aguiar disse que hoje se viveu uma tarde de sobressalto com as várias reativações registadas no concelho. "A partir aproximadamente das 16.30 horas voltamos a este filme de terror. Em cada sítio que estamos começa uma frente de incêndio e este sobressalto outra vez quando se aproxima das localidades e das casas", afirmou Ana Rita Dias.
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, justificou esta quinta-feira o seu silêncio nos últimos dias com o conselho das autoridades para "que não haja intervenções desadequadas e desnecessárias" no teatro de operações".
O funeral dos três bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha, que morreram na terça-feira no incêndio do concelho de Tábua, vai ter lugar no sábado, informou a corporação.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Vila Nova de Oliveirinha, Vítor Melo, informou que o funeral terá lugar pelas 16 horas. "Os corpos chegam amanhã [sexta-feira] ao Quartel, onde ficarão em câmara ardente, no salão nobre, até às 12 horas de sábado", referiu.
De acordo com a mesma fonte, uma missa, que também terá lugar no quartel, será celebrada pelo Bispo de Coimbra, Virgílio Antunes, estando ainda prevista a presença do cardeal Américo Aguiar, capelão nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Os três bombeiros serão depois sepultados no Cemitério de Vila Nova de Oliveirinha.
A hora é de abrir as janelas e retirar as máscaras. A concentração de partículas nocivas na atmosfera, que bateu recordes na região norte e centro devido aos incêndios, voltou a valores normais em zona como o Porto e Gaia e a recomendação é expulsar de casa os miasmas.
A GNR tem recebido vários alertas com base num boato que, apesar de ser falso, está a ser largamente difundido nas redes sociais e causa alarme nas populações. Os rumores apontam para uma vaga de assaltos a casas em Gondomar nas horas de aflição das pessoas durante os incêndios. Na verdade, não há nenhuma queixa.
Como um rastilho, o boato está a ser replicado, nos últimos dias, nas redes sociais, lançando o alarme na comunidade: em tom de alerta, é afirmado que está a ocorrer “uma onda de assaltos” em habitações no concelho de Gondomar, designadamente na zona de Jovim, que foi castigada pelas chamas.
A Câmara de Gondomar anunciou a reabertura na sexta-feira do resto das escolas da zona do chamado alto concelho que foram encerradas durante a semana devido aos incêndios lavraram no concelho. Depois de hoje a normalidade ter sido reposta no Agrupamento de Escolas Júlio Dinis, na sexta-feira será a vez do regresso às aulas nos agrupamentos de escolas Beira Douro e n.º1 de Gondomar.
A presidente da Direção da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV) admitiu esa quinta-feira que a vaga de incêndios dos últimos dias afetou algumas zonas de produção de vinho verde, mas garante que há seguro de colheitas.
Dora Simões avançou à Lusa que houve alguns incêndios em zonas como Amarante, Celorico, e Baião em que houve "um ou outro foco que aconteceu em algumas zonas de vinho verde". No entanto, sublinhou que os incêndios afetaram "mais zonas de floresta" e "não teve impacto significativo nas áreas de vinha".
A presidente da CVRVV acrescentou que as áreas de vinha são todas cobertas por um seguro coletivo de colheitas que a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes tem para todos os produtores.
No caso de haver alguma incidência de incêndio nalguma área de vinha, esses produtores de vinho verde "estarão cobertos por um seguro de incêndio coletivo da região, o que de alguma forma minimiza um pouco o impacto económico perdido de algum tipo de produção", declarou, reiterando que não foram "significativos na área da vinha" e que tal foi mais visível "nas áreas florestais e de zonas baldios da região.
O presidente da Câmara de Baião reafirmou, esta quinta-feira, que o concelho viveu "dias de tragédia" com os incêndios dos últimos dias, mas prometeu não atirar a toalha ao chão, num cenário de determinação da autarquia para ajudar as pessoas.
Uma reativação em Vreia de Jales, Vila Pouca de Aguiar, está a queimar mato na zona da aldeia de Raiz do Monte e está a ser combatido por 42 operacionais e dois helicópteros, segundo a Proteção Civil. O incêndio deflagrou em Quintã, Vreia de Jales, na segunda-feira, entrou em resolução na quarta-feira, mas sofreu uma reativação pelas 17.30 horas de hoje.
Cerca de dois mil operacionais, 603 meios terrestres e 22 meios aéreos estavam pelas 18 horas de hoje a combater nove incêndios rurais mais significativos e em curso nas regiões Norte e Centro de Portugal continental, segundo dados da Proteção Civil.
De acordo com informação disponível no site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), registavam-se pelas 18 horas um total de 14 incêndios rurais considerados como ocorrências significativas (pela sua dimensão e duração), dos quais nove em curso (em evolução sem limitação de área) e cinco em resolução (sem perigo de propagação).
O incêndio em Monte Córdova, resultado de um dos reacendimentos hoje verificados em Santo Tirso, foi dado como dominado pelas 17.30 horas, revelou à Lusa o comandante dos Bombeiros Tirsenses. Com início na segunda-feira em Paços de Ferreira e passagem, depois, para Santo Tirso, o incêndio esteve dominado na quarta-feira mas teve dois reacendimentos na madrugada de hoje, em Refojos e Monte Córdova.
O incêndio no Alto de Fiães, em Alijó, sofreu uma reativação durante a tarde desta quinta-feira, depois de ter entrado em fase de conclusão, e está a se combatido por 173 operacionais e 50 viaturas, segundo a Proteção Civil.
O fogo deflagrou pelas 18 horas de terça-feira, no Alto de Fiães, freguesia de Vilar de Maçada, no concelho de Alijó, distrito de Vila Real, esteve em resolução e reativou durante a tarde de quarta-feira, foi dado como resolvido durante a madrugada, entrou em conclusão pelas 13 horas e reativou durante a tarde.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), no combate a este fogo estão 173 operacionais e 50 viaturas.
As chamas lavram numa zona de mato e de pinhal, sem colocar, segundo a fonte da Proteção Civil, aldeias em risco.
No distrito de Vila Real, às 18 horas estavam ainda ativos os incêndios de Sabroso de Aguiar (Vila Pouca de Aguiar), que lavra desde segunda-feira e está a ser combatido por 163 operacionais, 45 viaturas e dois helicópteros.
Estavam ainda em curso um outro fogo na Pena (Vila Real), cujo alerta foi dado às 16.52 horas e que mobiliza 26 homens, seis viaturas e um meio aéreo, e em Sedielos, Peso da Régua, que lavra desde as 9.30 horas e está a ser combatido por 67 operacionais e 18 viaturas.
Três dias depois das chamas terem devorado a oficina automóvel que Rúben Rodrigues abriu há dois anos na Foz do Sousa, Gondomar, o "faz tudo" do negócio sente-se "atordoado". Sem conseguir dormir, mesmo com calmantes, não sabe como, nem quando vai resolver o drama de ter perdido 36 carros dos clientes para o fogo. Todavia, foi graças à bravura e sangue frio do mecânico e dos três funcionários da oficina que, "no meio da desgraça", foi ainda possível salvar 13 viaturas.
Dois helicópteros reforçaram, esta queinta-feira à tarde, o combate ao incêndio em Sabroso de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, que mobiliza 143 operacionais e 40 viaturas, segundo a Proteção Civil.
O fogo que deflagrou em Sabroso de Aguiar lavra desde segunda-feira numa zona de pinhal, tendo-se aproximado desta localidade, onde queimou um armazém.
Segundo a página da Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), este incêndio mobilizava, pelas 16.08 horas, 143 operacionais, 40 viaturas e dois helicópteros que estão a realizar descargas num local onde as chamas ficaram mais ativas.
No local é possível verificar que está uma tarde de muito vento e muito fumo.
A ministra da Administração Interna afirmou que tentou entrar em “contacto direto” com a presidente da Câmara Municipal de Arouca e garantiu estar disponível permanentemente desde do início dos incêndios florestais. A autarca queixou-se da falta de apoio por parte do Governo.
Em comunicado enviado às redações, o ministério da Administração Interna diz que a ministra Margarida Blasco tentou contactar diretamente "a senhora presidente Margarida Belém, quer para o seu telemóvel, quer para os Paços do concelho de Arouca", mas sem sucesso. “No entanto, em momento algum os telefones foram atendidos, pese embora a insistência", lê-se na nota, acrescentando que entre os telefonemas que recebeu ao longo da semana não se localiza a “tentativa de contacto referida”.
Oito anos depois, a pequena aldeia serrana de Cambezes, em Cabeceiras de Basto, voltou a estar cercada pelas chamas, mas, desta vez, além do pânico, o fogo trouxe a destruição de casas, uma de primeira habitação, a do n.º 61.
Construída no cimo do monte, da habitação, conhecida localmente como "casa florestal" e habitada por um casal e duas filhas, resta apenas a placa com o número da porta (61), as memórias, as paredes, as cinzas e o ferro torcido pelo fogo, que destruiu tudo o que havia no seu interior.
"Ficaram só com a roupa que tinham vestido", conta Manuel Gonçalves, 70 anos, que levou a reportagem da agência Lusa até ao local, pintado de negro, onde agora reina o silêncio, mesmo dos três cães presos em casotas ou deitados, indiferentes a qualquer presença.
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O incêndio em Penalva do Castelo, que teve início na segunda-feira, continua "muito ativo", disse à agência Lusa fonte do Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões. Contactado pela Lusa, às 17.04 horas, a mesma fonte da Proteção Civil adiantou que não havia ainda perspetiva para o fogo entrar em resolução, pois continuava "muito ativo".
O Governo decretou um dia de luto nacional para esta sexta-feira, em memória e homenagem às vítimas mortais dos incêndios florestais, numa altura em que se contam sete perdas, incluindo quatro bombeiros. Mas, afinal, o que é e o que implica o luto nacional?
As vítimas dos fogos florestais, no concelho de Baião, que tiveram prejuízos materiais nos seus bens devem comunicar essa informação às respetivas Juntas de Freguesia, que estão em articulação com a câmara municipal. Em causa está um eventual apoio do Estado, no âmbito da declaração de situação de calamidade decretado pelo Governo nos concelhos mais afetados com a atual onda de fogos florestais. Baião é um desses exemplos.
A GNR anunciou a detenção de uma mulher de 71 anos, na quarta-feira, suspeita de ser a autora de um incêndio florestal, na localidade de Ameais, no concelho de Sabugal, no distrito da Guarda, após queima de sobrantes.
O Conselho de Ministros aprovou um dia de luto nacional para esta sexta-feira em homenagem às vítimas dos incêndios que estão a assolar o Norte e Centro de Portugal desde o início da semana. Após a reunião, o ministro da presidência referiu que o momento serve para “expressar o pesar e solidariedade profunda com as vítimas” dos fogos. Leitão Amaro realçou ainda a bravura dos bombeiros que “caíram no combate”. “Deram a vida pelas nossas vidas, na defesa da vida dos outros, dos bens e da natureza do nosso país. Agradecemos muito esse combate”, disse.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebeu do seu homólogo italiano, Sergio Mattarella, uma mensagem de condolências pelas vítimas dos incêndios em Portugal e de solidariedade.
Segundo a Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa "recebeu uma mensagem escrita do presidente Sergio Mattarella, na qual transmite condolências às famílias das vítimas e deseja pronto restabelecimento aos feridos".
"O chefe de Estado italiano transmitiu ao presidente da República a sua profunda solidariedade e do povo italiano perante a tragédia provocada pelos incêndios, não deixando de manifestar a sua preocupação com os fenómenos extremos fruto da emergência climática", lê-se na mesma nota.
A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, vai quebrar o silêncio sobre os incêndios que assolam o país, marcando presença na conferência de Imprensa que se vai realizar hoje na Autoridade Nacional da Proteção Civil, avança a RTP.
O incêndio que deflagrou na terça-feira na zona de Sobreira, em Paredes, no distrito do Porto, foi hoje dado como extinto, deixando uma área ardida de 1300 hectares, avançou a proteção civil concelhia.
"Os danos ainda estão a ser apurados e contabilizados com as juntas de freguesia, mas sabemos que arderam anexos de casas, maquinaria, equipamentos agrícolas e há perdas de animais", lê-se numa nota enviada à agência Lusa.
Segundo aquela informação, as áreas mais afetadas pelo incêndio foram as localidades de Sobreira e Aguiar de Sousa, no sul do concelho. Apesar da dimensão da área ardida, "não houve registo de primeiras habitações totalmente ardidas, apenas com danos no exterior", acrescenta.
Nas operações de rescaldo ainda estão mobilizados alguns meios, nomeadamente duas dezenas de bombeiros e oito veículos.
A "eventual" criação de uma equipa especial de investigação dos incêndios e da sua possível origem criminosa foi ontem publicada em Diário da República. Porém, há três anos, já tinham sido criados dois grupos de trabalho com propósito semelhante e, no início deste ano, o seu funcionamento até fora prolongado até 2025. Ler AQUI.
A Junta da Galiza recomendou, esta quinta-feira, evitar atividades ao ar livre e fechar portas e janelas para impedir contacto com o pó dos incêndios de Portugal, que chegou àquela zona de Espanha e "pode ter efeitos adversos na saúde".
"Até que este episódio termine, a Junta recomenda tomar precauções como não praticar atividades ao ar livre, principalmente exercícios intensos, fechar portas e janelas para evitar a entrada de poeira nas residências, permanecer em ambientes húmidos e manter-se hidratado, principalmente no caso daquela população que pode estar mais sensível", indica o governo da região espanhola da Galiza em comunicado.
No site MeteoGaliza, a Junta tem disponível um mapa com a situação atual do "pó em suspensão" na Galiza, com a localização, na geografia galega, "do nível e tamanho das partículas, bem como a previsão da sua possível chegada nos próximos dias".
A Junta explica que "as pessoas com doenças cardiocirculatórias ou pulmonares, principalmente asma ou DPOC [Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica], idosos, crianças e mulheres grávidas" são os que podem ser "mais afetados pela má qualidade do ar", devido "à elevação de partículas em suspensão".
O governo galego explica ainda que "o tamanho das partículas (PM) determina o perigo do pó para a saúde", sendo que as "partículas PM10, de 10 mícrons, são aquelas que podem causar efeitos nocivos à população, produzindo sintomas como irritação nos olhos, nariz, boca e garganta".
As partículas mas pequenas, "de 2,5 mícrones, também têm a capacidade de entrar nos pulmões e na corrente sanguínea", avisa.
Neste caso, as partículas "produzem, sobretudo, diminuição da capacidade respiratória, bem como desconforto no peito, tosse, palpitações, fadiga ou aumento da suscetibilidade a infeções respiratórias". Isto, "pelo menos durante cinco dias após o início do episódio".
O incêndio que lavrou nos últimos dias no concelho de Albergaria-a-Velha deixou desalojadas pelo menos 40 famílias e causou danos em seis empresas.
Num primeiro balanço feito à Lusa, o presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, António Loureiro, disse que os serviços camarários já tinham contactado 39 famílias que foram afetadas pelos incêndios."Destas 39 famílias, 34 estão em casa de familiares, duas em casa de amigos, uma numa casa cedida e duas famílias em parte da casa que não ardeu", referiu o autarca, adiantando que há ainda uma outra família que se encontra hospitalizada.
O presidente da Câmara disse ainda que, no mesmo período, já tinham sido contactadas seis empresas afetadas, umas que foram destruídas totalmente e outras parcialmente, sendo que estas últimas ainda mantêm a laboração de uma forma condicionada. "Até à data, em termos de acompanhamento, já iniciámos o processo com estas famílias e empresas afetadas, mas há mais. É mais do dobro", admitiu o autarca, adiantando que este trabalho irá continuar nos próximos dias.
O comandante nacional da Proteção Civil, André Fernandes, afirmou que o dispositivo empenhado no terreno continua igual ao de quarta-feira, e que há ainda fogos ativos que preocupam as autoridades, nomeadamente dois em Castro Daire.
"No total, temos 166 vítimas: 71 assistidos, 78 feridos ligeiros, 12 feridos graves e cinco vítimas mortais", detalhou.
Há 18 incêndios em curso em Portugal continental e 37 pessoas que estão acolhidas em zonas de concentração de apoio à população, 36 em Castro Daire e uma em Cinfães. Os fogos mobilizam 1642 operacionais, 509 meios terrestres e 20 meios aéreos.
"Apelamos a que consultem as informações da GNR e PSP para verem cortes (de estradas) que possam vir a ser efetuados", referiu, dando conta de que não há autoestradas cortadas no país.
As próximas horas ainda serão "complicadas", advertiu, referindo que a rotação do vento pode ser decisiva para alguma alteração.
A previsão de "aguaceiros em todo o território", pontualmente "fortes", André Fernandes explicou que nas áreas afetadas pelos incêndios, a falta de vegetação pode vir a causar inundações e deslizamento de terras, pedindo que haja vigilância da população e das autoridades para que haja trabalho na desobstrução das vias de escoamento da água.
Recusando comentar críticas sobre a atuação das forças de socorro, André Fernandes deu conta que há incêndios dominados em Águeda, Albergaria, Oliveira de Azeméis e Sever.
"Ainda estamos a fazer um esforço de levantamento sobre as casas destruídas", respondeu, na conferência de Imprensa que deocrre em Lisboa.
A PSP apreendeu na quarta-feira, pelas 21 horas, dois bidões com material inflamável junto a uma zona florestal, em Ovar, no distrito de Aveiro.
Um homem de 56 anos foi detido pela prática de três crimes de incêndio florestal em Ramada, concelho de Odivelas. Já tinha sido detido em julho e agosto, no mesmo sítio, por suspeita do mesmo crime, tendo ficado com apresentações periódicas. Leia mais AQUI
Oito incêndios rurais mais significativos mobilizavam cerca das 12 horas de hoje, no continente português, mais de 1.500 operacionais e mais de uma dezena de meios aéreos, segundos dados da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
No 'site' deste organismo, contabilizavam-se ao final da manhã um total de 82 fogos rurais (de entre as três tipologias definidas pela Proteção Civil: povoamento florestal, mato e agrícola), nos quais estavam destacados 3.858 operacionais, 1.200 veículos e 13 meios aéreos.
Das 82 ocorrências, 12 eram consideradas significativas (pela sua dimensão e/ou duração) e, destas, quatro estavam já em resolução, duas das quais no concelho de Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, ocupando ainda cerca de 900 elementos das forças de socorro e segurança. Ambas tiveram início no domingo.
Dominados mantinham-se também os fogos que deflagraram no domingo à tarde em Palmaz, concelho de Oliveira de Azeméis - outra das maiores ocorrências dos últimos dias, também no distrito de Aveiro, que mobilizava ainda mais de 200 operacionais -- e na tarde de segunda-feira, em Folhadal, no município de Nelas, distrito de Viseu (neste caso, continuam no terreno cerca de uma centena de operacionais).
Dos oito fogos em povoamento florestal e mato sinalizados cerca das 12 horas como estando ainda em curso (ou seja, sem estarem dominados) nas "ocorrências significativas" registadas pela ANEPC, destacavam-se dois no concelho de Castro Daire, no distrito de Viseu, com um dispositivo global de combate de cerca de 650 elementos, perto de 200 viaturas e 12 meios aéreos.
Bom dia. Continuam a lavrar vários incêndios nas regiões Norte e Centro de Portugal, mas, ao quarto dia consecutivo de combate às chamas, as operações estão hoje mais tranquilas. Pelas 7 horas, havia 18 incêndios ativos e cerca de 60 em conclusão, sendo que os fogos que, de acordo com a informação disponibilizada no site da Proteção Civil, continuam a mobilizar mais meios são os que consomem mato e floresta em Arouca, Sever do Vouga (ambos no distrito de Aveiro), Castro Daire e Penalva do Castelo (ambos no distrito de Viseu).
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A Polícia Judiciária deteve um homem suspeito de um incêndio florestal nos últimos dias e outros três em julho.
O detido, de 67 anos, será "o presumível autor de um crime de incêndio florestal ocorrido no passado dia 15 de setembro em Paus, Albergaria-a-Velha", e de outros três, ocorridos nas localidades de Branca e São Marcos, também em Albergaria, e em Serém, no concelho de Águeda, no dia 21 de julho.
"O modus operandi consistiu no recurso a chama direta para dar inicio ao incêndio em zonas de extensa mancha florestal, próximas de várias habitações e instalações industriais e agrícolas", pode ler-se no comunicado da PJ, que efetuou a detenção através do Departamento de Investigação Criminal de Aveiro, com a colaboração da GNR.
"Mantemos as três frentes ativas, mas de alguma forma mais controladas, com os bombeiros a tentar conter as progressões", disse à Lusa a presidente da autarquia de Arouca, Margarida Belém, que afirmava estar hoje mais "serena e otimista". Segundo a autarca, a situação mais preocupante verifica-se na frente de Canelas/Espiunca, na zona de Vilarinho, onde os bombeiros estão a "evitar projeções e a progressão para a subida para a Senhora da Mó, que seria muito preocupante para a zona da vila".
Além desta, existe a frente em Alvarenga, onde "os bombeiros estão a procurar conter para não passar para Paradela, em Nespereira, que já é no concelho vizinho de Cinfães", no distrito de Viseu, e a frente de Covelo/Janarde, na zona de Telhe, que "estão a procurar conter o perímetro para que não haja progressão", adiantou Margarida Belém.
A autarca referiu ainda que as condições atmosféricas durante a noite, nomeadamente a baixa temperatura, o aumento da humidade e o orvalho, foram benéficas para o combate às chamas, mas assinalou que "há uma grande imprevisibilidade em termos de ventos". "Estão previstos alguns ventos agora para a parte da tarde. Estamos muito atentos e cautelosos, porque as coisas ainda nos preocupam bastante", afirmou.
O presidente do município de Castro Daire alertou hoje que a situação dos incêndios é “ainda extremamente preocupante” e referiu que este concelho do distrito de Viseu tem “cerca de 12 frentes ativas”.
“A situação continua ainda extremamente preocupante”, afirmou Paulo Almeida, referindo que no concelho, com 380 quilómetros quadrados, terão ardido “cerca de 30 mil hectares”, havendo “ainda cerca de 12 frentes ativas em vários pontos do concelho”.
O autarca alertou que “estes 30 mil hectares ardidos podem ter reacendimentos a qualquer momento” e explicou que “é o que tem vindo também a acontecer”.
O Governo decretou um dia de luto nacional para sexta-feira pelas vítimas dos incêndios dos últimos dias, uma deliberação aprovada hoje pelo Conselho de Ministros.
"O complexo de incêndios de Oliveira de Azeméis, Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda está neste momento dominado. Estes quatro incêndios estão em resolução, mas ainda se mantém um dispositivo robusto no terreno, em virtude de ser expectável que haja algumas reativações que podem ser com alguma intensidade. Estão dominados, mas carecem ainda de preocupação e acompanhamento no terreno", disse o comandante nacional André Fernandes, no ponto de situação sobre os incêndios, realizado na sede da ANEPC, em Carnaxide.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas zonas atingidas pelos incêndios nos últimos dias, nas regiões norte e centro, já arderam 100.492 hectares.
As zonas mais afetadas localizam-se nas regiões de Aveiro, Tâmega e Sousa, Viseu Dão Lafões e Área Metropolitana do Porto, que totalizam 100.492 hectares de área ardida, 83% da área ardida em todo o território nacional.
De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega aos 121.342 hectares.
A presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Luísa Salgueiro (PS), reivindica mais competências e mais meios para as autarquias em matéria de prevenção e ataque aos incêndios.
Em declarações à agência Lusa, Luísa Salgueiro disse que "os municípios estão a assumir responsabilidades imprevisíveis e, mais uma vez, a responder prontamente" e, "ainda que este seja ainda o momento de rescaldo", pediu "atenção ao necessário ressarcimento".
O secretário de Estado da Agricultura expressou, esta quinta-feira, em Cáceres, Espanha, "sinceros agradecimentos" ao executivo espanhol perante o apoio dado no combate aos incêndios, lamentando as vidas e o património ambiental destruído.
"Penso que será o primeiro encontro de um membro do Governo de Portugal, estando presente um membro do Governo de Espanha, quero dar os mais sinceros agradecimentos a Espanha pela colaboração que nos está a dar nestes momentos difíceis que se estão a passar em Portugal. Morreram bombeiros, cidadãos, muitos animais, destruíram-se hectares de culturas, florestas e, em poucos dias, destruiu-se património ambiental que é de todos e que tanto custou a conquistar e preservar", afirmou João Moura, no encerramento do Congresso Ibérico Agropecuário e Florestal (CIAF), que decorre em Cáceres.
As circunstâncias em que aconteceram as mortes de três bombeiros em Tábua, na terça-feira, estão ainda a ser investigadas, referiu o comandante nacional da Proteção Civil, no balanço dos incêndios feito esta quinta-feira, em Lisboa. André Fernandes voltou a frisar que as mortes aconteceram quando os bombeiros estavam na linha da frente a combater o fogo e que as causas do mesmo ainda não foram apuradas.
"O sistema funcionou no todo", garantiu, referindo que as vozes de autarcas foram também tidas em conta ao longo da semana, para determinar os meios alocados a cada incêndio.
"Estamos a fazer um plano de desmobilização do reforço dos meios aéreos estrangeiros, a partir de amanhã", explicou ainda, referindo que os meios terrestres vão continuar no terreno para garantir que não há reacendimentos.
O reforço de meios espanhóis que estava previsto para o incêndio de Sabroso de Aguiar, Vila Pouca de Aguiar, foi mobilizado para Castro Daire, disse o comandante sub-regional do Alto Tâmega da Proteção Civil.
Artur Mota disse esta manhã que estava previsto que 120 operacionais Unidade Militar de Emergência espanhola reforçassem o combate ao fogo no concelho de Vila Pouca de Aguiar, mas que, devido a um agravamento da situação em castro Daire, foram mobilizados para aquele incêndio no distrito de Viseu.
O incêndio que lavra desde terça-feira em Amarante (Porto), na zona de Carneiro, já está controlado, mas os meios mantêm-se de prevenção por causa dos reacendimentos, segundo a proteção civil municipal.
"O incêndio está sob vigilância ativa, porque tem havido alguns pequenos reacendimentos", acrescentou à Lusa Hélder Ferreira.
O incêndio que começou em Folhadal, no concelho de Nelas, distrito de Viseu, na segunda-feira, está em resolução desde as 10.23 horas, disse à agência Lusa fonte do Comando Sub-regional de Viseu Dão Lafões.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Nelas, Guilherme Almeida, acrescentou à Lusa que a situação "está mais calma, registando-se apenas uma ou outra reativação, mas sem qualquer preocupação".
A equipa especializada que foi anunciada pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, para investigar os incêndios e a sua possível origem criminosa vai incluir elementos do Ministério Público (MP), da Polícia Judiciária (PJ) e das forças de segurança.
Os Bombeiros Voluntários de Arouca, através da rede social Facebook, lançaram esta quinta-feira um apelo, com o intuito que a população possa doar bens alimentares para confecionarem a alimentação dos operacionais que estão a combater o incêndio no concelho. Pedem queijo, fiambre, chourição, bebidas com gás (não energéticas) e salgados. Os donativos podem ser entregues na corporação, na Rua dos Bombeiros Voluntários de Arouca, junto à Câmara.
Pouco antes das 8 horas, combatias os incêndios em Portugal cerca de quatro mil bombeiros, apoiados por mil veículos terrestres e nenhum meio aéreo, de acordo com a informação disponível no site da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANEPC).
O incêndio no concelho de Mangualde, que teve origem em Penalva do Castelo na segunda-feira, está "completamente dominado", disse à agência Lusa o presidente da Câmara daquele concelho do distrito de Viseu. "Neste momento, o incêndio está completamente dominado. Agora, vamos estar atentos aos reacendimentos. A humidade aumentou e a temperatura desceu muito, o que deu uma grande ajuda aos operacionais", afirmou à Lusa Marco Almeida.
O presidente da Câmara de Mangualde adiantou que durante a noite e madrugada de hoje os operacionais "conseguiram criar um perímetro à volta do incêndio e controlá-lo". Segundo o autarca, "estiveram casas, pontualmente, em risco, mas devido à sua localização [no meio da floresta]. No entanto, foi possível proteger todas e salvaguardar todos os bens".
Marco Almeida revelou ainda que os serviços municipais vão começar hoje a fazer o levantamento dos prejuízos, com o apoio dos presidentes de junta, que "estiveram muito empenhados em dar resposta nos incêndios, uma vez que, das 12 freguesias, nove têm unidades locais de proteção civil". "Até domingo, teremos um levantamento feito de forma genérica de todas as perdas", assegurou.
Fonte oficial da GNR indicou à Lusa indicou que se mantém interditada a EN 326-1, em Aveiro, com "corte total entre Canelas e Alvarenga". Reaberta foi, em Viseu, a EN 321, que ao início da manhã estava com um "corte total entre Castro Daire e Portas de Montemuro (Cinfães)".
Duas estradas nacionais (EN) estão hoje cortadas ao trânsito entre Canelas e Alvarenga, Aveiro, e entre Castro Daire e Portas de Montemuro (Cinfães), Viseu, devido aos incêndios ainda em curso, revelou a GNR. Esta manhã, há condicionamentos na EN 326-1, em Aveiro, com um "corte total entre Canelas e Alvarenga", indicou fonte oficial da GNR pelas 10 horas. Em Viseu, o corte total é entre Castro Daire e Portas de Montemuro, Cinfães, na EN 321.
O presidente da Câmara de São Pedro do Sul admitiu hoje que a situação "está mais amena e é mais fácil combater o incêndio", sendo o caso mais crítico a freguesia de Pinho, mas onde há "muitos meios". "A situação agora está mais amena e é mais fácil combater o incêndio do que no primeiro dia", afirmou Vítor Figueiredo à agência Lusa. A situação mais crítica é nas populações de Mosteirinho e Sobral, na freguesia de Pinho. "A verdade é que temos lá muitos meios e os meios, estando no terreno, é tudo muito mais fácil e conseguem segurar muito mais facilmente o fogo", declarou.
Os dois incêndios rurais que deflagraram no domingo no concelho de Sever do Vouga, distrito de Aveiro, estão hoje de manhã em "rescaldo e vigilância", mas "ainda há muito trabalho pela frente", segundo a Proteção Civil e o município.
Na quarta-feira, o presidente da Câmara de Sever do Vouga, Pedro Lobo, adiantou que o fogo já tinha consumido uma área florestal de cerca de sete mil hectares, causou danos em várias casas de primeira habitação e destruiu quatro empresas.
O combate ao incêndio que lavra desde segunda-feira em Vila Pouca de Aguiar vai ser hoje reforçado com 120 operacionais espanhóis, disse o comandante sub-regional do Alto Tâmega da Proteção Civil. Artur Mota referiu que os 120 operacionais da Unidade Militar de Emergências (UME) espanhola vão ser posicionados onde forem mais necessários, nomeadamente no incêndio que lavra em Sabroso de Aguiar, o único que continua ativo no concelho de Vila Pouca de Aguiar.
Os operacionais espanhóis já estiveram a operar na quarta-feira no distrito de Viseu e chegaram a Portugal ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil.
Relativamente a um reforço de meios aéreos, o comandante afirmou que "se for preciso e os houver disponíveis vêm para cá".
Uma mulher de 47 anos suspeita de seis crimes de incêndio florestal agravado ficou em prisão preventiva. Os factos considerados fortemente indiciados ocorreram nos dias 12, 13, 15 e 16 de setembro no concelho de Condeixa-a-Nova. Segundo uma nota da Procuradoria da República Coimbra, a 12 de setembro, a arguida, usando um isqueiro, ateou fogo à vegetação rasteira existente num caminho florestal, o qual alastrou e provocou a deflagração de um incêndio. De seguida, abandonou o local, tendo ardido cerca de quatro hectares de pinhal e eucaliptal.
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A PSP deteve, ontem à tarde, um homem, com 39 anos, que foi visto a atear um incêndio, em Gondomar. Trata-se de um sem-abrigo que habitualmente pernoita na Rua de Francisco Sá Carneiro, em S. Cosme, que populares viram a atear fogo, cerca das 16.30 horas, numa zona de mato. Foi detido pela PSP e justificou o ato dizendo que estava a acender uma fogueira para preparar a refeição. Deverá ser ouvido hoje em primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.
Os dois fogos rurais que deflagraram no domingo em Sever do Vouga e em Pessegueiro do Vouga, no mesmo concelho, distrito de Aveiro, estão hoje de manhã em resolução, de acordo com os dados disponibilizados no portal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). O fogo que teve início da madrugada de domingo em Pessegueiro do Vouga, em povoamento florestal, mobilizava ainda 555 operacionais, apoiados por 167 viaturas. O outro incêndio do concelho que deflagrou nesse dia, mas à tarde, também em povoamento florestal, estava a mobilizar 371 operacionais e 108 meios terrestre
Em Castro Daire, o incêndio "continua a lavrar com muita intensidade", permanecendo ativo em todas as frentes e com grandes projeções a obrigar à reposição dos meios de combate, avançou a Proteção Civil durante a madrugada. Os operacionais estão a proteger os "pontos sensíveis" que vão aparecendo ao longo da sua extensão. "O trabalho tem sido eficaz e não há relato de qualquer habitação ou aviário ardido", referiu o porta-voz da ANEPC, em declarações à agência Lusa.
O incêndio que, na terça-feira à noite, deflagrou em Arouca estava a lavrar "com média intensidade" durante a madrugada, numa altura em que um porta-voz da Proteção Civil disse à agência Lusa que o fogo tem "potencial para continuar a progredir" e que os meios estão "empenhados na defesa do edificado". "O incêndio está muito ativo", indicou, acrescentando que operacionais de Lisboa e Vale do Tejo estavam a caminho de Arouca para reforçar as operações, que, cerca das 8 horas, estavam a cargo de 239 operacionais e 72 veículos.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o perigo de incêndio rural vai começar a desagravar a partir de hoje, prevendo-se aguaceiros, mais prováveis nas regiões do Norte e Centro apenas na sexta-feira. Ainda assim, vários concelhos dos distritos de Santarém, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre, Guarda, Aveiro, Braga, Viana do Castelo, Porto, Vila Real, Viseu, Bragança e Faro, estão hoje em perigo muito elevado de incêndio.