Selecionador sublinha maturidade e foco da equipa no triunfo por 3-2 frente a Hungria e, apesar de considerar que "há aspetos e melhorar", gostou da prestação defensiva da equipa.
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Portugal somou a segunda vitória no apuramento para o Mundial2026, ao vencer a Hungria por 3-2, mas Roberto Martínez não escondeu que há aspetos a melhorar. O selecionador nacional elogiou a resiliência da equipa e a forma como reagiu aos golos sofridos, mas deixou claro que faltou controlar melhor o jogo em certos momentos.
"Todos os jogos são diferentes, mas encontrámos soluções importantes. A Hungria tem um contra-ataque muito bom, defendemos bem no geral, controlámos o jogo e tivemos muita posse. Dois remates, dois golos. É difícil quando damos dois golos, mas adorei a atitude e o foco. Faltou em momentos levar o jogo para onde queríamos. Foi um jogo para melhorar e ajustar aspetos", disse o espanhol, sublinhando a importância do triunfo.
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Para Martínez, o ponto-chave esteve na reação após os momentos de maior pressão adversária: "Mostrámos personalidade incrível. Quando sofremos, acreditámos sempre. Essa resiliência é muito importante para construir o resto do jogo. Ajustámos o ritmo, algumas posições, e a polivalência voltou a ser determinante. Utilizar jogadores em posições diferentes faz com que seja difícil para o adversário".
Questionado sobre o posicionamento dos médios, o selecionador rejeitou críticas à forma como a equipa defendeu: "A Hungria teve um canto e dois remates. Se só permitimos isso, significa que defendemos bem. Ter o Rúben Neves mais recuado ajudou bastante. Claro que Szoboszlai tem qualidade, mas limitámos a sua influência".
Margem para crescer
A vitória em Budapeste, garantida com golos de Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo e João Cancelo, permite a Portugal liderar o Grupo F com seis pontos em dois jogos. Ainda assim, Martínez insiste que há margem para crescer. "O foco foi incrível, os jogadores que entraram ajudaram e fizeram a diferença. Mas precisamos de controlar melhor o ritmo para sermos ainda mais consistentes", realçou.
Bernardo Silva destacou a importância do triunfo numa deslocação difícil, mas não deixou de apontar fragilidades. "Vitória muito importante frente a uma equipa competitiva. Cometemos alguns erros, num jogo de transições, onde devíamos ter acalmado o ritmo em alguns momentos", admitiu. Para o médio, "o importante é ter seis pontos em dois jogos".
Também Rúben Neves reconheceu que a exibição não foi perfeita, embora o resultado tenha correspondido às expectativas. "Foi um arranque perfeito em termos de resultado, mas podíamos ter feito um jogo melhor. Sofremos dois golos", afirmou, lembrando que o estilo de jogo da Hungria coloca sempre dificuldades no setor defensivo. Ainda assim, o médio não escondeu a satisfação pela consistência de Portugal fora de casa. "Começar com duas vitórias fora de casa é muito importante".
O jogador falou ainda sobre o peso emocional da camisola que envergou em Budapeste. "É com orgulho que visto a camisola 21. Não têm sido os melhores tempos, mas agradeço todo o apoio que tenho recebido. Resta-me continuar a honrar o Diogo Jota da melhor forma", disse.
Já Francisco Trincão fez questão de sublinhar o espírito de grupo. "Sabíamos que tínhamos de estar fortes frente a uma boa equipa", começou por afirmar, antes de reconhecer os momentos de maior dificuldade. "Tivemos alguns problemas com as bolas longas, mas conseguimos controlar e acreditámos até ao final."
Para o avançado do Sporting, este arranque perfeito no apuramento é decisivo para consolidar confiança. "É bom arrancar com seis pontos, e agora temos dois jogos em casa para resolver a qualificação. Espero continuar a ajudar a equipa no futuro", concluiu.