A Comissão Nacional de Acompanhamento (CNA) do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) confirmou que será “materialmente impossível” construir as quatro estações da expansão do metro de Lisboa até Alcântara no prazo limite. A empresa está a refazer o programa e a ideia é submeter apenas duas estações a financiamento.
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A expansão da linha vermelha de São Sebastião até Alcântara é um dos projetos avaliados como “crítico” pela CNA. A obra foi adjudicada por 322 milhões de euros à Mota-Engil, é uma das empreitadas mais caras do PRR, mas não será cumprida a tempo. Pedro Dominguinhos, presidente da CNA, confirmou que é “materialmente impossível” cumprir o projeto no prazo limite, que é de 31 de dezembro de 2026.
Esta quarta-feira, na conferência de imprensa de apresentação do quarto relatório de acompanhamento do PRR, referente ao primeiro semestre deste ano, Pedro Dominguinhos exortou o Governo e a Estrutura de Missão Recuperar Portugal (presidida por Fernando Alfaiate, que coordena e gere o PRR) a tomarem uma decisão: “É possível a substituição total ou parcial de alguns investimentos, que a Comissão Europeia tem que aprovar para poderem ser substituídos por outros investimentos”.
Ora, há mais de um mês que o Governo e a Metro de Lisboa estão a preparar a redução das estações da expansão da linha vermelha que vão ser financiadas pelo PRR, como confirmou o ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, em entrevista ao JN, publicada em junho: “Não há nada a fazer para recuperar o atraso. Apesar disso, o Metropolitano de Lisboa está a ajustar o programa para que nós possamos fazer uma pequena reformulação no PRR de forma a não perder dinheiro. Se calhar, se não fizermos quatro estações, vamos fazer duas estações e, desde que estejam a operar, serão financiadas pelo PRR”.
Na altura, Castro Almeida ressalvou que a quatro estações não deixarão de ser construídas, a “origem do financiamento é que pode ser diferente”. Ou seja, a ideia é manter duas estações abrangidas pelo financiamento do PRR. As duas que ficarem de fora serão financiadas por outras vias, sendo que “provavelmente” será o Orçamento do Estado a suportar, declarou o ministro.
A obra abrange uma extensão de cerca de quatro quilómetros e quatro novas estações: Campolide/Amoreiras, Campo de Ourique, Infante Santo e Alcântara.
A estação de Alcântara fará a ligação à futura Linha Intermodal Sustentável, promovendo a ligação ao concelho de Oeiras (LIOS Ocidental).