Miguel Albuquerque demite-se. PSD propõe novo líder do Governo na segunda-feira
O líder do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, confirmou, esta sexta-feira, que irá demitir-se do cargo. Questionado sobre a razão de ter mudado de ideias de um dia para o outro, explicou que deixou de ter "estabilidade parlamentar" para governar. O conselho regional do PSD irá propor um sucessor na segunda-feira.
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"Se, neste momento, para bem da Madeira, é necessário encontrar uma solução de estabilidade governativa, eu estarei sempre disponível para contribuir para uma boa solução, afirmou Albuquerque, numa curta conferência de imprensa, no Funchal.
Frisando que os madeirenses estarão sempre "em primeiro lugar" nas suas prioridades, o presidente do Governo Regional confirmou que irá deixar funções: "Foi por isso que pedi à comissão poítica esta reunião, no sentido de encontrarmos uma outra solução para liderar o Governo de coligação que o PSD-Madeira encabeça", declarou.
Albuquerque revelou que o conselho regional dos sociais-democratas madeirenses foi convocado para segunda-feira, no sentido de aprovar "o nome da pessoa que será proposta para liderar o Governo". Não adiantou quais são, neste momento, as opções.
O ainda líder do Executivo local referiu apenas que o nome a indicar ao representante da República na Madeira "é a solução que permitirá não colocar em causa a continuidade do caminho de sucesso" do arquipélago, bem como a execução do programa de Governo. Destacou a necessidade de se assegurar a "estabilidade política" e a "confiança económica e social".
Posição do PAN retirou-lhe a "estabilidade parlamentar"
Questionado sobre o que mudou para que o seu posicionamento se tenha alterado - uma vez que, na véspera, tinha recusado demitir-se mesmo que viesse a ser constituído arguido no processo de que é alvo, como veio a acontecer -, Albuquerque respondeu que foram, "obviamente, as circunstâncias". Recorde-se que o PAN, que tem um acordo local de Governo com o PSD, disse que a saída de Albuquerque era a condição para salvar esse entendimento.
"Quando disse que não me demitia, tinha um quadro de estabilidade parlamentar que me permitia governar", explicou Miguel Albuquerque. "Como esse quadro se alterou, tenho de pensar na Madeira, na estabilidade e no progresso do nosso povo", acrescentou. Esta foi a única pergunta a que o social-democrata respondeu após a intervenção inicial.
Esta quinta-feira, o Governo Regional e a Câmara Municipal do Funchal foram alvo de buscas, no âmbito de uma investigação ao concurso de vários empreendimentos autorizados pelo Executivo. Albuquerque foi constituído arguido e o autarca do Funchal, Pedro Calado é, até agora, um de três detidos. Os outros dois são gestores ligados à construtora AFA.