As escolas não registaram médias negativas nos dez exames com mais alunos inscritos. Outro dado inédito observado na análise, por disciplinas, é que as escolas públicas lideram três tabelas: Matemática A, Inglês e Geografia A.
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Só a Português e Física e Química não há agrupamentos no “top 10”. Inglês volta a ser o exame no qual as escolas registam melhor média (14,12 valores) . Na prova de Economia A, por exemplo, o número de estabelecimentos com média superior a 14 valores mais do que duplicou em relação ao ano passado, passando de 41 para 93. Geometria Descritiva que, em 2024, foi a única média negativa foi a que registou maior subida (2,2 pontos percentuais, passando de 9,44 para 11,64 valores). Português registou a maior descida: passou de 12,56 valores, em 2023, para 11,22 valores nas provas do ano passado. E 43 escolas (entre 576) – 7,5% - tiveram média negativa.
“Os resultados são naturalmente preocupantes”, classifica o presidente da Associação de Professores de Português. João Pedro Aido receia que a revisão curricular, que está a ser preparada pelo Governo, resulte numa “oportunidade perdida” se se limitar a meros “ajustes”.
1 hora de leitura por dia
As médias a Português, há diversos anos, que são “persistentemente baixas”. Para se melhorar, defende João Pedro Aido os professores têm de dedicar mais tempo à leitura. Até ao 9.º ano, os alunos devem ler, pelo menos, 30 minutos por dia. A partir do Secundário, cerca de 1 hora. Diversas escolas têm a estratégia “10 minutos a ler, mas o problema é que é só nas aulas de Português e em casa, os alunos pouco lêem”, diz João Pedro Aido.
A média a Matemática A foi a terceira que mais subiu. Uma melhoria esperada pela Associação de Professores de Matemática por a estrutura do exame se ter mantido. Depois, no ano passado, os exames serviam apenas para acesso ao Superior, pelo que foram feitos pelos melhores alunos, frisa Nádia Ferreira, vice-presidente da APM. O novo programa de Matemática começou a ser aplicado no 10.º. A APM acredita na melhoria dos resultados e defende maior aposta na formação docente.