O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou, esta quarta-feira à tarde, um reforço de 95 milhões de euros em apoios à Ucrânia.
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A partir da cimeira da NATO, que se realiza em Washington até quinta-feira, Luís Montenegro - que reuniu, no final de maio, em Lisboa, com o presidente ucraniano - anunciou que o Governo português vai apoiar Kiev em mais 95 milhões de euros, somando-se esse valor aos 126 milhões já previstos e perfazendo um total de 221 milhões.
O primeiro-ministro acrescentou que há um entendimento com Volodymyr Zelensky para que esse apoio financeiro seja dispendido na aquisição de material da indústria portuguesa, nomeadamente em armamento (drones), componentes e no setor têxtil (para fardamentos).
É um "esforço grande completado com toda a despesa ao nível do treino militar", adiantou Montenegro, explicando que Portugal tem colaborado para o reforço da capacidade militar ucraniana, em ações preventivas e humanitárias, inclusivamente com um programa de formação para pilotagem de aeronaves F-16.
Transferência de jatos F-16 para Ucrânia já começou
Na cimeira em Washington, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou que a transferência de aviões de combate F-16 para a Ucrânia, a fim de fortalecer a defesa contra a Rússia, já começou.
"Tenho o prazer de anunciar que, neste momento, a transferência de aeronaves F-16 está em andamento, da Dinamarca e dos Países Baixos", disse Blinken, à margem da cimeira da NATO em Washington, citado pela agência Lusa. "Esses aviões voarão nos céus ucranianos neste verão para garantir que a Ucrânia possa continuar a defender-se eficazmente contra a agressão russa", acrescentou.
Em comunicado, a Casa Branca deu também conta de que a Bélgica e a Noruega se comprometeram a fornecer aeronaves adicionais como parte de uma coligação de países que fornecem estes aviões à Ucrânia.
Kiev espera que os jatos de combate fabricados nos Estados Unidos ajudem a proteger melhor os seus soldados e as suas cidades dos bombardeamentos russos diários. A Ucrânia começou a solicitar F-16 logo após a invasão russa em fevereiro de 2022 e os pilotos ucranianos passaram meses de treino em países da NATO, incluindo os Estados Unidos.
Defesa com investimento de seis mil milhões de euros em 2029
Luís Montenegro anunciou também que Portugal vai aumentar o investimento em defesa em 2029 para seis mil milhões de euros, de forma a atingir os 2% do Produto Interno Bruto acordados com a NATO. À chegada à cimeira da Aliança Atlântica, o primeiro-ministro português reiterou o compromisso de antecipar em um ano, para 2029, o objetivo de alcançar "um quantitativo de despesa no Orçamento do Estado equivalente a 2%".
Para isso, disse, foi formalizado "um plano credível" através de uma carta enviada a secretário-geral da NATO, "na qual estão também expressas as componentes que incorporam esse esforço, desde logo a componente humana de recrutamento e retenção de pessoal nas Forças Armadas Portuguesas e também o apoio a ex-combatentes".
Segundo o primeiro-ministro, esse esforço vai fazer com que a atual despesa de Portugal na área da defesa, "que ronda os 4.186 milhões de euros, possa atingir cerca de seis mil milhões de euros em 2029". "O que estamos a falar é de um esforço acrescido correspondente a cerca de 400 milhões de euros por ano", afirmou.