A centralina do helicóptero que se despenhou no Douro foi recuperada e será fundamental para apurar as causas do sinistro. Com a retirada da cauda da aeronave do rio às 10 horas de terça-feira a uma profundidade de seis metros, a operação de remoção dos destroços está concluída. O acidente matou cinco militares da GNR.
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A cauda do helicóptero está praticamente intacta. Foi retirada das águas do Douro e transportada por um barco para o porto de Lamego, onde foi colocada numa carrinha que levou a estrutura para o hangar do aeródromo de Viseu. Nesse local, os peritos do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários estão a fazer a análise dos destroços e será divulgado, ainda esta terça-feira, o relatório preliminar sobre as causas do acidente aéreo, que ocorreu na passada sexta-feira e vitimou cinco militares da GNR.
O comandante regional da Polícia Marítima do Norte, Rui Silva Lampreia, confirmou aos jornalistas que o helicóptero se despenhou com bastante violência nas águas do Douro. "O impacto foi bastante violento", como confirma o estado de destruição do habitáculo da aeronave. "Houve partes da estrutura que se separaram e a cauda foi uma delas", especificou ainda, sublinhando, no entanto, a importância de ter-se recuperado a cauda do veículo em bom estado. O computador de navegação, uma espécie de "ecrã que faz registo de dados, não obstante ser importante para as perícias que têm de ser feitas", não foi recuperado. Contudo, Rui Silva Lampreia acredita que "todo o material que foi retirado do fundo do rio será suficiente para se conseguir apurar as causas deste trágico acidente".
Computador de bordo não foi encontrado
"A cauda está praticamente intacta. Tem as pás do rótor e tem o rótor. Portanto, temos esse elemento que será importante para as perícias que vão ser feitas", salientou o comandante, acrescentando que este tipo de aeronave não tem caixa negra, embora possua "um conjunto de sistemas de gravação de dados", nomeadamente uma centralina principal que faz a gestão do comando e do controlo do helicóptero. E essa centralina foi recuperada.
"A partir daí, os peritos de aeronaútica vão conseguir retirar elementos que lhes permitam tirar algumas conclusões. Fica a faltar o computador de navegação, que, pelas características que tem, não seria muito fácil encontrar no fundo do rio. O fundo do rio Douro tem morfologia irregular e muita vegetação e não sabemos como se encontra [o equipamento]. Pode ter ficado destruído. Acabaríamos por ter muito trabalho para encontrarmos um elemento que poderá nem ser importante para a investigação. Fizemos um batimento do fundo com muito rigor e todas as componentes e destroços foram retirados. O conjunto destes destroços será suficiente para se apurar as causas", acrescentou o comandante, dando por terminada a operação.