Milão começou, este sábado, a prestar uma homenagem pública ao "rei" da moda, Giorgio Armani, cujo corpo será velado durante todo o fim de semana após a sua morte na quinta-feira, aos 91 anos.
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Centenas de pessoas formaram fila neste sábado para passar diante do caixão de madeira clara do lendário estilista, instalado no Teatro, sede do grupo Armani. Grandes coroas de rosas brancas foram colocadas na entrada da sala onde está o caixão, junto a um livros de condolências.
"Era um homem incrível, deixou uma grande marca. Era um exemplo, severo, às vezes duro, mas muito humano", disse emocionada Silvia Albonetti, vendedora da Emporio Armani, uma das marcas do estilista.
Armani - dono de um império de luxo avaliado em milhares de milhões de euros - vestiu atores de Hollywood, estrelas da música e membros da realeza com criações discretas, porém de confeção singular e requintada. O icónico estilista faleceu na quinta-feira após vários meses a enfrentar problemas de saúde.
A capela ardente estará aberta no sábado e domingo, das 9 horas às 18 horas locais, no Teatro, uma antiga fábrica de chocolate da Nestlé convertida na sede do grupo Armani. Minimalista e elegante, o edifício ele exibiu as suas criações é um dos lugares mais emblemáticos de Milão, "a capital do estilo".
Armani mantinha uma "história de amor" com a cidade, apontam os títulos da imprensa italiana, que repetem continuamente uma das suas declarações: "Milão é o centro do meu Mundo, sempre me inspirou".
O estilista nasceu em 1934, em Piacenza, no norte da Itália, numa família modesta de origem Arménia. Chegou a Milão para estudar medicina, mas mudou de rumo ao aceitar um trabalho como vitrinista na famosa loja Rinascente, onde permaneceu até os 31 anos. Foi nesta cidade que criou em 1975 a casa Giorgio Armani.
Foto: Stefano Rellandini / AFP
"Milão perdeu uma parte da sua história"
Os vínculos entre Milão e Armani sempre foram fortes. Durante a pandemia de covid-19 em 2020, que atingiu duramente a cidade, colocou um cartaz em preto e branco numa rua, que dizia: "Estou aqui, por Milão, com os milaneses, com o meu carinho".
Ao saber da sua morte, Emmanuela Ottilina, uma milanesa de 71 anos, disse à AFP: "Milão perdeu uma parte da sua história", resumindo um sentimento amplamente partilhado pelos demais habitantes.
"Era um símbolo de estilo e elegância que a cidade sempre sentirá falta", declarou o autarca de Milão, Beppe Sala, que decretou um dia de luto na segunda-feira, dia do funeral do designer, que será realizado de forma privada.
O mestre italiano é reconhecido pela sua contribuição para a moda feita especialmente para brilhar no tapete vermelho. Vestiu estrelas como Jodie Foster, Cate Blanchett e Beyoncé. Outras estrelas, incluindo Tom Cruise e Katie Holmes, escolheram vestir Armani no dia do seu casamento.
Foto: Mourad Balti Touati / EPA
Ao longo da sua notável carreira, manteve o controlo total da sua empresa enquanto se expandia para hotéis de luxo, cosméticos, acessórios e decoração de interiores.
Armani nunca teve filhos, mas um sobrinho e duas sobrinhas ocupam cargos importantes na sua empresa.