São duas águias e estão de serviço todos os dias, entre as 7 e as 9 e das 17 às 21 horas, na praia de Matosinhos. A missão é simples: afugentar as gaivotas, cuja presença massiva naquela zona balnear tem causado “problemas sérios de contaminação da areia e da água”.
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São duas águias e estão de serviço todos os dias, entre as 7 e as 9 e das 17 às 21 horas, na praia de Matosinhos. A missão é simples: afugentar as gaivotas, cuja presença massiva naquela zona balnear tem causado “problemas sérios de contaminação da areia e da água”.
A presença das águias já surpreendeu muitos banhistas e transeuntes, mas a verdade é que estão a trabalhar em benefício da saúde pública. “A utilização de aves de rapina treinadas surge como alternativa eficaz e ecológica [para afastar as gaivotas], já que métodos mais agressivos não são permitidos por lei”, explica a autarquia.
“Cada águia é controlada por um tratador, que está identificado com colete refletor”, acrescenta a Câmara, explicando que “a praia de Matosinhos está no centro de um conjunto de medidas inovadoras para travar o avanço da poluição e proteger a qualidade balnear da região”.
“Um grupo de trabalho liderado pelo professor Bordalo e Sá, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, identificou as fezes das aves como sendo uma das causas da deterioração da qualidade balnear, e a sua concentração em grandes bandos levanta preocupações de saúde pública – sobretudo numa praia urbana com elevada afluência de banhistas e praticantes de desportos como o surf”, pormenoriza a autarquia.
Em Gaia e no Porto
A utilização de aves de rapina, como águias e falcões, para afugentar as gaivotas é uma medida que vem sendo tomada há alguns anos. Em Gaia, por exemplo, o hotel de luxo The Yeatman avançou com a solução em 2019. David Costa, responsável pela Casa Portuguesa do Pastel de Bacalhau de Gaia, na marginal ribeirinha, perto do local onde está a unidade hoteleira, confirma a eficácia do método, que não fere as gaivotas, uma vez que as aves usadas são treinadas para o efeito.
"Desde que introduziram a presença de uma ave de rapina, nota-se efetivamente menos gaivotas nas redondezas", atestou ao JN o responsável do estabelecimento.
No Porto, também a McDonald’s que está instalada na Praça da Liberdade contratou serviços similares para impedir que gaivotas e pombas incomodem os clientes que usam a esplanada.