Líder de seita Charles Manson terá confessado mais assassinatos em telefonema a partir da prisão
Charles Manson, o líder da seita por detrás de uma série de assassinatos durante o final dos anos 60 na Califórnia, pode ter matado mais pessoas do que se pensava, de acordo com um áudio recentemente divulgado num vídeo promocional da mais recente série documental do serviço de streaming Peacock, "Making Manson".
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Numa chamada telefónica a partir da prisão, Manson afirma que viveu no México na década de 1960 e “esteve envolvido em alguns assassinatos”. “Há toda uma parte da minha vida que ninguém conhece", começa por dizer. “Vivi no México durante algum tempo. Fui a Acapulco, roubei alguns carros. Acabei por me envolver em coisas que não me cabem na cabeça, pá. Envolvi-me em alguns assassinatos. Deixei o meu [revólver] . 357 Magnum na Cidade do México e deixei alguns mortos na praia".
De acordo com o jornal britânico "The Guardian", a nova série documental de três partes investiga 20 anos de conversas inéditas em que Manson fala sobre os seus crimes, a sua educação e a sua "família", uma seita por ele liderada desde o final dos anos 60 até ao início dos anos 70. Muitas vezes, Manson tinha como alvo adolescentes que tinham fugido de casa ou estavam sozinhos e persuadia-os para se juntarem ao seu grupo, que ficou conhecido como a “Família Manson”.
Em agosto de 1969, Manson instruiu alguns seguidores a matarem sete pessoas. As mortes fizeram parte de uma conspiração de Manson para iniciar uma guerra racial, a que chamou “Helter Skelter” em homenagem à música dos Beatles. O líder do culto não cometeu os assassinatos, persuadindo os seus seguidores a fazê-lo.
Uma das vítimas foi a atriz Sharon Tate, de 26 anos, que estava grávida de oito meses na altura da sua morte. Mulher do realizador Roman Polanski, Tate foi encontrada esfaqueada 16 vezes, com um “X” gravado na barriga dentro da sua casa em Los Angeles. Foram ainda assassinados a herdeira do café Abigail Folger, o escritor polaco Wojciech Voytek Frykowski, o famoso cabeleireiro Jay Sebring e o estafeta de 18 anos Steven Parent. Os seus corpos foram descobertos na manhã seguinte. Menos de 48 horas depois, o dono da mercearia Leno LaBianca e a sua mulher Rosemary foram encontrados mortos no bairro de Los Feliz, em Los Angeles. A palavra “guerra” estava gravada na barriga de Leno, de onde se projetava um garfo com um cabo de marfim. “Morte aos Porcos” estava rabiscado com sangue na parede da sala.
Manson e os seus seguidores foram presos em 1969. No seu julgamento em 1970, Manson apresentou-se como uma força demoníaca, aparecendo com uma suástica nazi que tinha gravado na testa. O líder do culto e os seus seguidores foram condenados em 1971 a prisão perpétua, sendo poupados à execução depois de a Califórnia ter proibido temporariamente a pena de morte. Manson foi considerado legalmente responsável pelos homicídios, uma vez que foram cometidos sob as suas instruções.
“Nunca disse que era inocente”, diz Manson no trailer da nova série documental da Peacock. “Eu disse que não violei a lei".
Manson, que morreu de causas naturais aos 83 anos em novembro de 2017, cumpriu mais de 40 anos numa prisão em Corcoran, na Califórnia, por homicídio em primeiro grau e conspiração para cometer homicídio pela morte de sete pessoas.
Durante o seu tempo na prisão, Manson cometeu centenas de violações das regras, desde cuspir na cara dos guardas prisionais, iniciar lutas, tentar provocar uma inundação e incendiar o seu próprio colchão, segundo o "Los Angeles Times".