Funcionárias "pressionadas" para adulterar listas de utentes enviadas à Segurança Social
Quatro antigas responsáveis da Obra Diocesana do Porto (ODP) afirmaram que eram “pressionadas” pelo diretor da instituição, Américo Ribeiro, para adulterar as listas de utentes enviadas à Segurança Social. O objetivo seria manter as comparticipações financeiras e assegurar a sustentabilidade da instituição.
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Na sessão de quinta-feira, no Tribunal de São João Novo, em que a ODP e seis ex-dirigentes e funcionários estão a ser julgados por inventar e duplicar listas de utentes, lesando a Segurança Social em 3,3 milhões de euros entre 2009 e 2015, as quatro testemunhas prestaram depoimentos contidos e, em alguns casos, contraditórios. O presidente do coletivo de juízes sugeriu que as antigas funcionárias sabiam mais do que estavam a dizer. “Já disse tanta coisa diferente” ou “ninguém percebeu ainda” foram outros comentários proferidos pelo juiz Pedro Madureira, mesmo quando não era ele a fazer as perguntas.
Num dos casos, a procuradora do Ministério Público (MP) quis confrontar uma antiga coordenadora com declarações (sobre a inclusão de utentes já falecidos nas listas) que a testemunha prestara à PJ durante a investigação, com as proferidas no dia de ontem. O Tribunal opôs-se, levando o MP a pedir que fosse extraída uma certidão por falsas declarações.