O primeiro-ministro, Luís Montenegro, prometeu esta terça-feira mão pesada aos responsáveis pelos fogos. "Não vamos regatear nenhum esforço na ação repressiva. Não podemos perdoar a quem não tem perdão, não podemos perdoar atitudes criminosas que estão na base de muitas ocorrências", disse.
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O chefe de Governo não falava dos "criminosos que já estão detidos e vão ser julgados", mas de um combate sem tréguas aos "interesses que sobrevoam" muitas dessas ocorrências.
"Não vamos largar aqueles que, em nome do interesses particular, são capazes de pôr em causa os direitos, liberdades, garantias e a vida de nossos concidadãos e empobrecer o próprio país", acrescentou.
O primeiro-ministro disse que tem estado em conversações com a ministra da Justiça, Rita Júdice, para abrir um diálogo com a Procuradoria-Geral da República e com as forças de investigação policial para criar um equipa especializada para investigar estes incêndios. Além disso, reiterou o pesar pela morte de "três bravos bombeiros" e expressou gratidão aos que estão no terreno "a proteger as pessoas e o património dos portugueses".
"Não vamos baixar os braços e vamos usar toda a nossa capacidade no teatro das operações. A situação de alerta espelha a vontade do Governo em não substimar a situação. Vamos dar tudo o que temos e pedir ajuda aos nossos parceiros e amigos para reforçar a segurança das pessoas e do património", assegurou Montenegro.
Situação de calamidade em todos os municípios afetados
O Governo decretou esta terça-feira situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos fogos. Segundo Montenegro, isto vai permitir que a equipa multidisciplinar coordenada pelo ministro adjunto e da Coesão Territorial ofereça o "apoio mais imediato e emergente àqueles que não têm alojamento para os próximos dias e àqueles que ficaram sem se alimentar".
O governo está a trabalhar com as CCDR e com o INE para elencar todos os prejuízos que estão a ser causados para que a resposta possa ser a mais rápida possível.
"Sabemos que há pessoas impedidas de trabalhar, empresas inibidade de produzir. Sabemos que as portuguesas e os portuguesas e as empresas são elementos de bravura e merecem dos poderes públicos e do governo respostas céleres", continuou. "Deliberámos regimes excecionais para que todos os funcionários da administração pública possam estar disponíveis para ajudar os bombeiros na luta que travam por nós".
Montenegro acrescentou que será acionado o fundo de solidariedade europeu se vierem a confirmar-se requisitos para isso.