Já eram quase 2.00 horas quando os Buraka Som Sistema subiram ao palco para fechar numa enorme festa o segundo dia do festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia. Antes, Lenny Kravitz deu um enorme concerto. Ao primeiro acorde, tinha o público na mão. Em Lisboa, <a href="/PaginaInicial/Cultura/Interior.aspx?content_id=4686939&page=-1" target="_blank">o JN também acompanha o Super Bock Super Rock</a>.
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"Hoje ninguém dorme em Gaia e vamos tentar que, do outro lado do rio, no Porto também ninguém durma", anunciou a banda da Amadora. E se alguém dormiu, não foi por falta de empenho dos Buraka nem do público. Batidas fortes e graves puseram todos a dançar ao som de ritmos africanos, alegres e divertidos. Uma enorme festa a mostrar como um festival deve e pode ser.
Com Lenny Kravitz, após American Woman e It Ain't Over 'till It's Over já todos estavam rendidos. O norte-americano tinha 30 mil pares de olhos em si e não defraudou. Energético e com uma entrega de louvar, acompanhado de uma banda super competente e muito rodada, Lenny hipnotizou o Cabedelo com a distorção da sua guitarra e a sua presença imponente.
É verdade que talvez tenha esticado em demasia algumas músicas no meio do alinhamento, mas não foram minutos mal gastos. Já perto do fim do espetáculo, Fly Away voltou a meter todos a mexer, e a estrela até teve tempo para ir dar um salto à bancada Caixa. Ao segundo encore, chegou o final apoteótico com uma versão aumentada de Are You Gonna Go My Away que pôs o Marés Vivas em êxtase. Uma rock star será sempre uma rock star e Lenny Kravitz, pelo que já conhecíamos e pelo que mostrou, já tem o seu lugar garantido nessa constelação.
É possível dar um concerto intimista num festival? Quando Miguel Araújo está em cima do palco, sim, é possível. O artista portuense tem aquela pinta de tipo simpático que toda a gente gosta e a sua música afina pelo mesmo diapasão. Sempre com um sorriso nos lábios, de canção em canção, história em história, até passando por um pedido de casamento em palco, passando por Abba e Bob Dylan até chegar ao final apoteótico de "Os maridos das outras", este foi, também, um dos melhores concertos desta edição do Marés Vivas.
Antes, Kika abriu o palco principal do segundo dia do festival. Eram 20.30 horas quando a cantora subiu ao palco principal. Apesar da tenra idade, nota-se que a adolescente tem talento, mas também se nota que ainda lhe falta alguma rodagem para um palco tão grande. Ficou mais à vontade à medida que o tempo ia passando, mas não conseguiu fazer a diferença.
Entretando, caía a noite e a temperatura e muitos festivaleiros aproveitaram para ir jantar. As filas que antes eram para brindes passaram a ser para comida. E foi preciso esperar muito para jantar.
A jovem cantora portuguesa Koa, que acabou de lançar o seu primeiro disco, trouxe uma produção invulgar para o palco secundário do Marés Vivas. Um pop rock eletrónico que surpreendeu mais que agradou.
Depois de Koa seguiu-se, ainda no palco secundário, a atuação de Jimmy P. O cantor adaptou-se bem à juventude que compunha maioritariamente o recinto da Marés Vivas e as suas rimas facilmente conquistaram o público que cantou a plenos pulmões com o cantor gaiense.