Christine Lagarde anunciou que é candidata à liderança do Fundo Monetário Internacional. A ministra francesa das Finanças apresentou-se, formalmente, para suceder ao compatriota Dominique Strauss-Khan, acusado de agressão sexual a uma empregada de hotel.
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"Decidi apresentar a minha candidatura à liderança do Fundo MOnetário Internacional (FMI)", disse Christine Lagarde, em conferência de Imprensa realizada em Paris.
Christine Lagarde disse que se sentiu encorajada pelos apoios que recebei de vários país, incluindo o Reino Unido. A oposição à ministra das Finanças gaulesa pode vir dos países emergentes, os chamados BRICS, sigla que representa Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul.
"Tomei esta decisão depois de uma cuidadosa ponderação e de acordo com o presidente da República [Nicolas Sarkozy] e com o primeiro-ministro [François Fillon] que me apoiam", adiantou, assegurando pretender "recolher o mais amplo consenso".
No último dia para apresentação de candidaturas à direcção do FMI, 10 de Junho, o Tribunal de Justiça da República, única jurisdição habilitada em França a julgar factos que impliquem ministros no exercício das funções, deverá pronunciar-se se abre ou não um inquérito contra Lagarde por «abuso de autoridade» no caso do empresário Bernard Tapie.
Em 2007, a ministra aprovou o recurso a um tribunal privado para resolver o contencioso entre Tapie e os liquidatários do Crédit Lyonnais, antigo banco público francês, em torno da venda litigiosa da empresa de artigos desportivos Adidas.
O tribunal arbitral decidiu, em Julho de 2008, que Tapie deveria receber mais de 200 milhões de euros do Estado francês.
Os factos que podem vir a ser imputados à ministra são passíveis de condenação a cinco anos de prisão e 75 mil euros de multa.
Independentemente do resultado da conferência de imprensa de Lagarde, o debate sobre a liderança do FMI estará presente na cimeira dos dirigentes dos oito principais países industrializados - Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Japão e Rússia.
No final da semana passada, Strauss-Kahn anunciou a demissão de director-geral do FMI, depois de ter sido detido em Nova Iorque por agressão sexual e tentativa de violação.