O Parlamento eslovaco rejeitou, esta terça-feira, o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, ameaçando o agravamento da crise da dívida na Zona Euro, noticiaram as agências internacionais.
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Com esta votação, cai o governo de centro-direita de Iveta Radicova, que associara a aprovação do reforço do fundo a uma moção de confiança ao seu Executivo.
A Eslováquia é o único país da Zona Euro que ainda não aprovou o alargamento do fundo de resgate, que exige a unanimidade dos seus 17 Estados membros até meados de Outubro.
A rejeição hoje no Parlamento eslovaco resulta de divisões na coligação no poder.
O segundo maior partido da coligação governamental quadripartida, o SaS, recusou apoiar o alargamento do fundo, privando, por um voto favorável, a coligação de uma maioria no Parlamento.
Considerando que os eslovacos são demasiado pobres para pagar os erros dos outros, o líder do SaS, Richard Sulik, frisou que só aprovaria o reforço do fundo de resgate europeu se a Eslováquia fosse dispensada do pagamento da sua quota-parte, uma possibilidade rejeitada por Bruxelas.
Já depois da votação, a oposição social-democrata, do partido Smer-SD, manifestou-se pronta a apoiar a ampliação do fundo, em troca de um acordo sobre eleições antecipadas.
"Se as negociações começarem, creio que é possível o [novo] voto esta semana", afirmou Jan Pociatek, responsável do Smer-SD e antigo ministro das Finanças, citado pela agência AFP.
Os sociais-democratas tinham anunciado anteriormente que apoiariam o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira depois da queda do governo de Radicova.
De acordo com as agências de notícias, espera-se para breve uma nova votação no Parlamento, para a qual ainda não foi fixada nova data, já que a Constituição eslovaca admite uma segunda tentativa no que toca a tratados internacionais.
A ampliação do fundo de resgate europeu, para ajudar países como Portugal e a Grécia, custaria à Eslováquia 7,7 mil milhões de euros em capital directo e garantias.