A família da estudante britânica assassinada Meredith Kercher considerou, esta terça-feira, ter voltado à "estaca zero" depois do veredicto que anulou a condenação da norte-americana Amanda Knox e do seu antigo namorado italiano Raffaele Sollecito.
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Lyle Kercher, irmão da jovem assassinada em Perugia em 2007, disse à imprensa em Perugia que a família ainda está a tentar entender como uma decisão "que era tão certa há dois anos foi tão dramaticamente anulada".
Segundo Lyle, a família questiona-se agora sobre quem matou a estudante de 21 anos, uma vez que o tribunal que condenou o terceiro suspeito, o costa-marfinense Rudy Guede, considerou que ele não agiu sozinho. "A família voltou à estaca zero", disse.
"Estamos evidentemente desiludidos. Houve dois resultados muito diferentes entre a primeira instância e o recurso", disse a irmã da vítima, Stephanie Kercher.
Segunda-feira foi "um dia muito triste" para a família Kercher, porque a decisão "deixou tantas perguntas sem resposta", disse Lyle.
A família da vítima disse ainda que vai apoiar o recurso que o Ministério Público deve agora apresentar ao Supremo Tribunal para que "a verdade seja esclarecida".
O irmão, a irmã e a mãe de Meredith convocaram uma conferência de imprensa depois do veredicto de segunda-feira, que absolveu Knox e Sollecito num processo de recurso.
Knox e Sollecito foram condenados em 2009 em primeira instância a penas de prisão de 26 e 25 anos, respectivamente, por participação no assassínio da jovem britânica.
Os dois, que passaram os últimos quatro anos na prisão, foram libertados após a leitura do veredicto. Knox partiu, esta terça-feira, de Roma para Seattle, no noroeste dos EUA, e Sollecito viajou para a sua aldeia, Giovinazzo, na Apúlia (sul de Itália).