O governo ugandês garantiu, esta sexta-feira, que tem perseguido o Exército de Resistência do Senhor desde 2006 e que o grupo de guerrilha, liderado por Joseph Kony, está atualmente enfraquecido.
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Um vídeo divulgado na Internet sobre os crimes cometidos pelo Exército de Resistência do Senhor (LRA), que contava mais de 50 milhões de visualizações em quatro dias, foi realizado pela organização não-governamental (ONG) norte-americana Invisible Children para denunciar os atos do líder do grupo Joseph Kony, procurado por crimes de guerra e contra a humanidade.
Mas a campanha, que acabou por se transformar num fenómeno viral na Internet, está a ser igualmente criticada, nomeadamente por ser excessivamente simplista.
De acordo com as vozes mais críticas, a campanha não recorda de forma clara que o LRA está atualmente mais enfraquecido, depois de ter sido perseguido dentro do Uganda e de ter sido obrigado a recuar.
"Estamos gratos perante os esforços renovados para a ajudar na detenção de Joseph Kony e na eliminação do LRA da região da África central", reagiu o governo ugandês em comunicado.
"O governo ugandês pede firmemente, no entanto, que todas as campanhas de sensibilização tenham em consideração as realidades atuais da situação", sublinhou o documento.
"Uma má interpretação de alguns conteúdos nos media poderá levar algumas pessoas a acreditarem que o LRA está atualmente ativo no Uganda", acrescentou a nota governamental, sem nunca mencionar explicitamente o vídeo da Invisible Children.
"É preciso recordar de forma clara que o LRA não está atualmente ativo em qualquer parte do território ugandês" depois "de ter sido perseguido [pelo exército ugandês] em meados de 2006", indicou o executivo de Kampala, sublinhado ainda que o grupo "está enfraquecido" e não conta atualmente com mais de 300 elementos.
O vídeo de 30 minutos, que foi publicado na segunda-feira, faz parte de uma campanha chamada Kony 2012 e reclama uma intervenção militar norte-americana para deter Joseph Kony.
O líder do LRA é acusado de ser responsável pelo rapto, tortura e exploração de dezenas de milhares de crianças durante os últimos 20 anos.