O novo Presidente francês, François Hollande, disse, esta terça-feira, que quer "abrir um novo caminho na Europa" no primeiro discurso após a sua tomada de posse como chefe de Estado, no Palácio do Eliseu, em Paris.
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"Foi este o mandato que recebi dos franceses a 06 de maio: reorganizar a França com justiça, abrir um novo caminho na Europa e contribuir para a paz mundial e a preservação do planeta", disse Hollande.
"A justiça será o único critério para a tomada de decisões públicas. Não pode haver cada vez mais sacrifícios para uns e mais privilégios para outros", acrescentou.
François Hollande, que hoje ao fim do dia deverá encontrar-se em Berlim com a chanceler alemã, Angela Merkel, indicou que proporá aos dirigentes europeus "um novo pacto", que alie a redução das dívidas públicas a "um indispensável estímulo da economia".
"Transmitir-lhes-ei a necessidade de o nosso continente proteger não apenas os seus valores, mas também os seus interesses, em nome do princípio da reciprocidade das trocas comerciais", com o exterior, acrescentou.
"Para ultrapassar a crise", sublinhou François Hollande, a "Europa precisa de projetos, precisa de solidariedade, precisa de crescimento".
O recém-empossado Presidente dirigiu também uma "mensagem de confiança aos franceses", sublinhando que a França é "um grande país que sempre esteve à altura dos desafios".
"Tenho consciência das pressões que o país enfrenta: dívida massiva, crescimento fraco, grandes níveis de desemprego, fraca competitividade, a Europa a lutar para sair desta crise", indicou Hollande, sublinhando que "nada é inevitável desde que haja vontade comum e seja traçado um rumo claro".
O novo Presidente assegurou que dará à juventude o "lugar que lhe corresponde, o primeiro" e considerou a escola pública "vital" para a coesão do país, o êxito económico e a promoção social.
Hollande prometeu mobilizar "todos os franceses, sem distinção, em torno dos mesmos valores, os valores da República" e exercer o poder de forma "digna e exemplar".
"As nossas diferenças não devem tornar-se divisões, as nossas diversidades discórdias. O país precisa de apaziguamento, de reconciliação, de união", disse.
"Fixarei as prioridades, mas não decidirei tudo nem por todos", disse, acrescentando que "o poder no conselho de Estado será exercido com dignidade, mas com simplicidade".