O inquérito oficial sobre o colapso de um complexo fabril no Bangladesh indica que o "principal culpado" pelo desastre é o proprietário do edifício, porque violou as normas de construção, afirmou hoje o responsável pela investigação.
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Em abril último, a derrocada do complexo fabril de nove andares, situado nos arredores da capital, matou mais de 1100 trabalhadores e chamou a atenção para a ausência de condições de segurança nas 4500 fábricas de vestuário do Bangladesh.
"Ele [Sohel Rana, proprietário do Rana Plaza] é o principal culpado e, por causa dele, 1127 pessoas morreram", disse Main Uddin Khandaker, que dirige o inquérito governamental à catástrofe de 24 de abril.
"Ele enriqueceu com dinheiro sujo e começou a contornar todas as leis e regulamentos. Ele é o produto dos nossos políticos corruptos e representa a parte decadente da nossa sociedade. Ele é o terror personificado", prosseguiu.
Khandaker revelou que a comissão de inquérito pediu ao Governo para processar Sohel Rana, obrigando-o a responder perante a justiça por "homicídio premeditado", um crime punido com prisão perpétua.
"Ele violou as normas de construção ao erigir aquele edifício", sublinhou Khandaker.
Rana utilizou matérias de construção que não cumpriam os padrões de exigência e não seguiu as especificações adequadas, acrescentou.