"Ó Zé, estão a revelar um mal disfarçado receio de se defrontarem contigo no próximo acto eleitoral". Esta foi, ao final desta manhã, uma das frases marcantes da intervenção do dirigente António Vitorino, que acusou, ainda, o PSD de "ingerência" nos assuntos internos do PS e deixou um apelo especial aos que ponderam usar o voto como protesto em Junho.
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Já depois da uma da tarde, António Vitorino considerou ser "uma atitude inédita na democracia portuguesa que um partido tenha condicionado o diálogo democrático à substituição do líder de outro partido". Uma crítica ao PSD, que tambem já deixou claro que dificilmente faria um entendimento com José Sócrates sendo líder dos socialistas.
A propósito, Vitorino lembrou "a sucessão de cinco líderes no PSD". E "o que nos separa" na corrida às legislativas é "a cultura democrática", acrescentou, condenando a "ingerência nos assuntos internos" dos "outros partidos". O PS "não deixa, nem nunca deixar-se-á colonizar", garantiu.
Na sua intervenção, o dirigente falou da "irresponsabilidade" da Oposição que obrigará a "medidas mais pesadas de austeridade". Até meados de Maio, defendeu, "um novo programa de ajustamento da economia tem que estar consolidado".
Afirmando não estar em causa a necessidade de convergências, e apelando à "capacidade de lançar pontes e entendimentos", disse que o que está em causa é saber quem está "em melhores condições de conseguir esse esforço de convergência". Na sua opinião, não será certamente "quem provocou uma crise política, com consequências gravíssimas para a economia do país".
Dirigiu-se ainda aos eleitores que "podem ser tentados" a optar por um "voto de protesto", afirmando que terão de questionar-se, primeiro, "sobre o significado e resultado" do voto em outros partidos.