PSD exige saber real situação financeira do país para colaborar na ajuda externa
O presidente do PSD exigiu, quarta-feira, que o Governo coloque em cima da mesa todas as situações financeiras do país antes das negociações para a ajuda externa, dizendo que Portugal "não pode ter esqueletos no armário".
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Pedro Passos Coelho falava aos jornalistas, depois de ter sido recebido pelo primeiro-ministro, José Sócrates, em São Bento, encontro em que esteve acompanhado por Eduardo Catroga, ex-ministro social-democrata das Finanças.
No final do encontro, que durou cerca de 50 minutos, o líder social-democrata disse que a reunião serviu "para clarificar as condições em que o Governo vai liderar as negociações com o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) e com o FMI, assim como a forma como entende dever informar os partidos da oposição sobre essas negociações".
"Disse ao primeiro-ministro que o PSD está interessado em poupar o país a uma situação em que não houvesse acordo quanto ao resultado da ajuda a obter, porque Portugal precisa dessa ajuda e o ministro das Finanças [Teixeira dos Santos] tornou [segunda-feira] público que o país não dispõe de meios financeiros para poder satisfazer os seus compromissos externos a partir de maio", começou por referir Pedro Passos Coelho.
No entanto, nas declarações que fez aos jornalistas, o líder social-democrata também deixou uma advertência ao executivo socialista.
"Mas o pior que pode acontecer a Portugal - num momento em que precisa como pão para a boca do financiamento externo e em que se vai desenhar o programa de ajustamento macroeconómico -, é que todas as situações financeiras não venham para cima da mesa. Não vale a pena partirmos para estas negociações com uma espécie de imagem de gato escondido com rabo de fora. Não precisamos de ter esqueletos no armário nos próximos três anos", disse.
Segundo Pedro Passos Coelho, a principal preocupação do PSD no encontro com José Sócrates passou precisamente "por este pedido de informação detalhada".
"Foi essa informação que pedimos ao Governo e que aguardamos que o Governo nos forneça", declarou o líder social-democrata.