Justiça

Restaurante de Penafiel que comprava comida roubada alvo de buscas

Restaurante "O Engaço" foi alvo de buscas Mónica Ferreira

Um restaurante de Penafiel foi um dos alvos da operação da GNR que, na manhã desta terça-feira, levou dezenas de militares da GNR e inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e da Autoridade Tributária a vários locais do Grande Porto.

O estabelecimento comercial foi alvo de buscas no âmbito de uma investigação a uma rede criminosa que se dedicava a furtos de residências e lojas. As autoridades suspeitam que a organização furtava diversos produtos, incluindo carne, para depois a vender a comerciantes.

A ação policial realizada em Penafiel, no restaurante "O Engaço" começou pelas 10 horas e mobilizou vários meios, entre os quais a Unidade de Intervenção da Guarda.

Segundo a GNR, já foram sinalizados, até agora, 57 furtos a residências e 94 a estabelecimentos comerciais.

Grupo de 30 pessoas roubava ouro e dinheiro

As buscas começaram às 7 horas desta terça-feira e levaram cerca de 300 militares da GNR para os arredores do Grande Porto, nos concelhos de Valongo, Penafiel, Maia, Matosinhos, Paços de Ferreira, Porto e Vila Nova de Gaia.

"Deslocavam-se em viaturas de alta cilindrada por todo o país, sinalizavam as residências, normalmente isoladas, verificavam se tinham gente no interior ou não e quando viam que tinham oportunidade, entravam e furtavam bens de valor como ouro e dinheiro". Era assim que atuava um grupo de 30 pessoas, com idades entre os 22 e os 56 anos, um pouco por todo o país.

A GNR estava no encalce da rede criminosa há cerca de um ano, altura em que conseguiu sinalizá-la, depois de furtos a três residências no distrito de Viseu.

No caso dos estabelecimentos comerciais, "chegaram a furtar bens alimentares de valor, como é o caso de camarão, picanha, bacalhau e salmão que eram, depois, introduzidos em unidades de restauração".

Já as roupas de marca eram vendidas em leilões online ou em lojas que recebiam os artigos e os punham à venda. O mesmo aconteceu com eletrodomésticos, telemóveis e consolas de videojogos. O ouro, ou era vendido ou penhorado.

Ouro e arma apreendidos

"Neste momento já temos cerca de meio quilo de ouro localizado", avançou o tenente-coronel Adriano Resende, do subdestacamento da GNR da Maia.

A GNR apreendeu três veículos, estupefacientes, uma caçadeira, 50 euros em notas falsas e dinheiro.

Foram cumpridos 14 mandados de detenção fora de flagrante delito, 17 mandados de busca domiciliária e 16 não domiciliária, em que participaram cerca de 300 operacionais da GNR, com o apoio da PSP, Autoridade tributária, ASAE e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ), porque em alguns casos "existem crianças e poderá haver necessidade de prestar um apoio adequado".

Dos 15 detidos, há 11 constituídos arguidos. Um deles porque estava, no decorrer das buscas, na posse de estupefacientes e outro de uma arma ilegal e notas falsas.