OE 2011

"O PCP votará contra esta proposta de Orçamento do Estado"

O secretário-geral do PCP anunciou hoje, domingo, que os comunistas votarão contra o Orçamento do Estado para 2011, argumentando que não será responsável por "mais e insuportáveis sacrifícios" para os trabalhadores, mantendo "intocáveis" os privilégios dos grupos económicos.

"A par de mais e insuportáveis sacrifícios impostos aos trabalhadores, PS e PSD preparam-se para manter intocáveis os privilégios e as condições de acumulação do lucro pelos principais grupos económicos e financeiros", afirmou o líder comunista, Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP falava aos jornalistas numa conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, onde está reunido o comité central comunista.

"Este não é o orçamento que o país precisa. Nesse sentido, o PCP votará contra esta proposta de Orçamento do Estado", anunciou.

Jerónimo de Sousa afirmou que "se Sócrates for embora não vem mal ao mundo", porque "bem se pode substituir o executante, se não se altera a política", e sublinhou que "não é por acaso que se verificou aquele frenesim dos banqueiros à porta do PSD e do Governo a querer defender o seu orçamento".

Para os comunistas, "aquilo que se pretende apresentar como inevitável é, no fundo, a mesma opção de sempre, uma opção determinada pelos interesses de classe capitalista, que PS, PSD e CDS-PP há muito prosseguem".

Jerónimo de Sousa reafirmou que "há um outro rumo" para o país, que "enfrente as pressões do capital e não soçobre perante a ingerência externa", que "defenda e dinamize a produção nacional e o aparelho produtivo".

Essa defesa e dinamização são, de acordo com o PCP, "condição para aumentar a riqueza nacional, desenvolver as exportações, reduzir as importações, diminuir o défice e o endividamento externos".

O líder comunista sublinhou que "as propostas apresentadas no Orçamento não são medidas inevitáveis, nem tão pouco a única solução, como dizem, incluindo para combater o défice no imediato".

Os comunistas apresentaram já vinte medidas para combater a actual situação económica e financeira, em que se destacam a taxação das mais-valias bolsistas e do IRC da banca aos valores máximos, "como qualquer empresa".

Jerónimo de Sousa exortou à participação na greve geral marcada para 24 de Novembro, "numa grande demonstração patriótica de resistência", bem como na manifestação de 6 de Novembro, em Lisboa.

O secretário-geral do PCP apelou ainda à participação na manifestação contra a realização da cimeira da Nato em Portugal, no dia 20 de Novembro.

Redação