Evasões

Casa Calmar: em Porto Covo há um refúgio campestre com piscina privada aquecida

Só existem três casas, todas com piscinas privadas aquecidas a 30 graus durante todo o ano. Foto: DR

Em Porto Covo, um engenheiro do ambiente apaixonado pela beleza do litoral alentejano criou um refúgio em tons de branco e madeira, com três casas dotadas de piscina privada aquecida. Na Casa do Pátio, na Casa do Alpendre e na Cabana tudo ajuda a "desligar"

Qual piscina natural, a água fria, transparente e azul -turquesa da pequena baía da Samoqueira, a norte de Porto Covo, atrai todos os verões centenas de portugueses e turistas, ainda que seja um dos areais menos disputados no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. Famílias inteiras acomodam-se às sombras das escarpas e grutas dramáticas, enquanto o topo da falésia permite admirar melhor a beleza da paisagem. De bicicleta elétrica, como as da Casa Calmar, e com ar puro nos pulmões, percorrer três quilómetros até ali torna-se uma brincadeira.

Foi por esta praia que Luís Santos se apaixonou quando, há mais mais de 20 anos, começou a trabalhar numa empresa da região, aproveitando os fins de semana para desfrutar do sol com a mulher. "Sou de Torres Vedras e em Santa Cruz há um dia de verão por ano", graceja. "Deste mar, só não gosto da água fria". Ainda assim, conta o engenheiro do ambiente que diz ter ido a "mais de 70 países", a praia da Samoqueira é, aos seus olhos, "a mais bonita do Mundo": um bálsamo atlântico que revigora e tempera este território dado ao abrandamento.

Quando um amigo lhe falou de um terreno de 700 metros quadrados à venda, Luís não hesitou; afinal, construir um projeto de hospitalidade com cunho português já era um desejo seu. Muitos tentaram demovê-lo de recuperar o barracão agrícola devoluto rodeado pelas vacas do vizinho, mas o potencial estava lá todo e a Casa Calmar ("cal" da brancura da construção em alvenaria, e "mar" em alusão ao oceano tão próximo) materializou-se. Não sem antes a pandemia forçar uma revisão do projeto, que ao invés de seis casas passou a três, todas com piscinas privadas.

No projeto, tornado possível com a participação do amigo Rui Rodrigues, economista radicado em Angola, são elas o elemento diferenciador, com a vantagem de serem aquecidas a 30 graus, o que permite um mergulho seja no verão, na primavera, no outono ou até no inverno. Há até quem pergunte logo por elas, antecipando a mais-valia e o privilégio de ter uma piscina a dois passos da cama. Rodeia-as um solo arenoso com jardins de espécies mediterrânicas que atraem a fauna local. "Aqui é para ouvir os pássaros e os sapos e cheirar as plantas", diz Luís.

Ainda que muito próximas, a Casa do Pátio, a Casa do Alpendre e a Cabana asseguram toda a privacidade e autonomia indispensáveis para dias de descanso. A primeira é um T3+1 capaz de acomodar oito pessoas (uma em cama na mezzanine e outra no sofá-cama na sala) e a outra é um T2+1 com capacidade para seis. Nas cozinhas, todas têm equipamentos como placa de indução, frigorífico, micro-ondas com grill, máquina de lavar loiça e máquina de café de cápsula. Café, chá, azeite, vinagre, sal, pimenta e açúcar estão também ao dispor para que nada falte.

Brancas por fora e por dentro, reduzindo o ruído visual a um minimalismo decorativo pontuado por elementos em cestaria e cerâmica, as casas revelam uma simplicidade a que não falta um certo luxo - produtos Castelbel, roupões, chinelos de cortiça, coluna de som Marshall, velas e sais minerais. Na Cabana, que Luís Santos considera "a casa perfeita para um casal disposto a partilhar todos os momentos", a banheira junto à janela permite ver a lenha a crepitar na lareira. A pedido, o pequeno-almoço, um vinho ou uma refeição podem ser entregues em mão na casa.

Casa Calmar
Herdade das Várzeas (Porto Covo)
Tel.: 912 431 748
Web: calmar.pt
Cabana a partir de 290 euros/noite.
Casa do Pátio (T3+1) a partir de 480 euros/noite.
Casa do Alpendre (T2+1) a partir de 380 euros/noite.
Pequeno-almoço, acresce 15 euros/noite/hóspede

André Rosa