Crise arrasta-se desde o verão do ano passado e a estabilidade continua a ser uma utopia. Emmanuel Macron tem as as orelhas a arder.
De queda em queda
Macron abriu portas ao caos no verão passado, quando, na sequência da subida da extrema-direita nas europeias, convocou eleições. A Nova Frente Popular, coligação de esquerda, foi a grande vencedora, mas Macron nomeou Michel Barnier, do centro-direita. Durou 99 dias. Depois, veio o centrista François Bayrou. Durou 270 dias. Em setembro, foi nomeado Sébastien Lecornu. Já se demitiu. Porém, voltou a ser nomeado.
Reforma dá fôlego
Lecornu conseguiu, na última semana, um balão de oxigénio temporário, ao propor a suspensão do aumento da idade da reforma até 2027 e ao avançar com a proposta de aumentar os impostos sobre os mais ricos e as grandes empresas, num valor total de 6,5 mil milhões de euros. O primeiro-ministro cede assim à vontade dos socialistas, evitando ser derrubado (para já). Porém, o equilíbrio é frágil e o défice francês - 6% do PIB, o dobro do limite imposto pela União Europeia - não ajuda.
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dias foi o tempo que Sébastien Lecornu, do partido Renascimento (de Macron), levou a demitir-se do cargo de primeiro-ministro. No entanto, na última sexta-feira, 10 de outubro, o presidente francês voltou a nomeá-lo.
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primeiros-ministros foram nomeados por Macron desde que iniciou o segundo mandato, em 2022 (três deles em menos de um ano).
"Macron caiu numa forma de loucura política"
Olivier Faure
Líder do Partido Socialista francês