Pessoas

Trump poderá conceder perdão presidencial a "Diddy" nos próximos dias

Sean "Diddy" Combs, figura icónica da música e dos negócios, enfrenta prisão nos Estados Unidos enquanto se avalia uma possível clemência presidencial Foto: AFP

O presidente dos Estados Unidos está a considerar conceder clemência ao rapper Sean "Diddy" Combs, condenado a mais de quatro anos de prisão por violar a Lei Mann. A decisão poderá ser tomada nos próximos dias, mesmo com membros da Casa Branca a desaconselharem a libertação do artista.

Donald Trump poderá libertar Sean "Diddy" Combs em breve. Segundo informações avançadas pelo site "TMZ", o presidente dos Estados Unidos está a ponderar comutar a pena do rapper, de 55 anos, condenado por transportar pessoas entre estados para fins de prostituição. Fontes próximas da Casa Branca dizem que Trump "está vacilante", mas que a decisão final dependerá apenas dele.

"Diddy" cumpre atualmente 50 meses de prisão - pouco mais de quatro anos - dos quais já cumpriu 13 meses, no Centro de Detenção Metropolitano, no Brooklyn. A comutação presidencial poderia libertá-lo muito antes do previsto, alterando significativamente o cumprimento da pena.

Fontes citadas pelo "TMZ" revelam que alguns membros da administração Trump aconselharam contra a libertação do artista. Ainda assim, acrescentam, "Trump faz o que quer", sinalizando que a decisão poderá ser tomada a qualquer momento.

Defesa em ação

Enquanto a possibilidade de clemência se mantém, os advogados do rapper recorreram da sentença. Um aviso de apelação foi entregue ao Tribunal Distrital de Nova Iorque, e documentos mais detalhados deverão ser apresentados nas próximas semanas.

A defesa sustenta que as relações descritas no processo eram consensuais, criticando a aplicação da Lei Mann, normalmente usada contra exploradores sexuais e redes de prostituição. No julgamento de oito semanas, o júri absolveu "Diddy" das acusações de tráfico sexual e extorsão, mantendo apenas as violações da Lei Mann.

Antes da sentença, a defesa pediu que "Diddy" fosse condenado a um máximo de 14 meses, considerando já o tempo cumprido. O Ministério Público, que representa a acusação, pedia mais de 11 anos, descrevendo o artista como "impenitente" e citando relatos de intimidação e abuso.

Na audiência de 3 de outubro, o juiz Arun Subramanian criticou o comportamento do rapper em relação às mulheres e defendeu que uma pena significativa seria necessária "para enviar uma mensagem de que a exploração e a violência contra mulheres têm consequências reais". "Diddy" foi condenado a 50 meses de prisão e multado em 500 mil dólares, o valor máximo permitido.

A decisão do juiz incluiu ainda recomendações para que "Diddy" cumprisse a pena o mais próximo possível da área metropolitana de Nova Iorque e fosse avaliado para programas de tratamento de dependência de drogas e álcool.

O caso ganhou nova atenção mediática após Trump ter comutado, recentemente, a pena do ex-congressista George Santos, condenado por fraude e roubo de identidade. A possibilidade de decisão presidencial a favor de "Diddy" marca um eventual ponto de viragem na relação entre o presidente e o magnata da música, que apoiou Joe Biden em 2020 e se distanciou de Trump desde então.

Sara Oliveira