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Prioridade é a Saúde, com destaque para as mulheres, os mais pobres e os que vivem no Norte

Foto: Arquivo

O presidente da República não lidera o Governo e, muito menos, define as políticas de Saúde. Mas deve ser precisamente este o tema prioritário do próximo inquilino de Belém, de acordo com 37% dos inquiridos numa sondagem da Pitagórica para o JN, TSF, TVI e CNN. São ainda mais (62%) os que entendem que, seja qual for o futuro presidente, o chumbo de um Orçamento do Estado não não é motivo para dissolver o Parlamento e convocar eleições.

Em outubro passado, a Saúde e o SNS já destacavam como a principal preocupação dos portugueses, no que dizia respeito à atenção do próximo presidente (21%). Em novembro, depois de um mês de muitas polémicas, ameaça de "greves" por parte dos médicos tarefeiros, problemas com grávidas e os seus bebés, e vários pedidos de demissão da ministra Ana Paula Martins, passou a ser tema quase único, tal a forma como se destaca de todos os restantes, com 37% (a pergunta era aberta, cada um podia dar a resposta que entendesse).

No dia em que arranca a maratona de debates entre os oito principais candidatos, se verá que tempo e que soluções vai dedicar cada um a este tema, particularmente importante para determinados segmentos da população: as mulheres, os mais pobres, os que têm 55/64 anos, os que vivem na Região Norte e os eleitores socialistas. As duas prioridades que se seguem na lista ficam já muito distantes da Saúde e do SNS. São elas a política de migração (9%), cuja proeminência se deve, sobretudo, aos eleitores do Chega e aos que têm 35/34 anos; e a política de habitação (8%), com os habitantes da Região de Lisboa em destaque nesta preocupação.

No que diz respeito à eventual entrada do Chega num futuro Governo, os portugueses entendem que deve ser o voto, em primeiro lugar, e as negociações entre partidos, a seguir, que deve definir o rumo da política. Pu seja, 62% entende que o próximo presidente da República não deve interferir no processo (com destaque para os homens, os que têm maiores rendimentos e os eleitores da AD). Ao contrário, entre os que pensam que o futuro chefe do Estado deve impedir a entrada do Chega num Governo, mesmo que isso cause instabilidade (16%), destacam-se as mulheres, a classe média e os eleitores socialistas.

Finalmente, há também uma evolução na hipotética dissolução do Parlamento, caso o próximo presidente da República se confronte com um chumbo de um qualquer Orçamento do Estado: são agora 62% (mais seis pontos que em outubro) os que não vêm razão para o uso da bomba atómica nesta matéria, em particular os eleitores da AD (70%) e os que têm 55/64 anos (67%).

Ficha técnica

Sondagem realizada pela Pitagórica para a TVI, CNN Portugal, TSF e JN com o objetivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre temas relacionados com as eleições presidenciais de 2026. O trabalho de campo decorreu entre os dias 5 e 14 de novembro de 2025. A amostra foi recolhida de forma aleatória junto de eleitores recenseados em Portugal e foi devidamente estratificada por género, idade e região. Foram realizadas 1906 tentativas de contacto, para alcançarmos 1000 entrevistas efetivas, pelo que a taxa de resposta foi de 52,47%. As 1000 entrevistas telefónicas recolhidas correspondem a uma margem de erro máxima de +/- 3,16% para um nível de confiança de 95,5%. A distribuição de indecisos é feita de forma proporcional. A direção técnica do estudo é da responsabilidade de Rita Marques da Silva. A ficha técnica completa, bem como todos os resultados, foram depositados junto da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação Social que os disponibilizará para consulta online.

Análise de Rafael Barbosa e gráficos de Inês Moura Pinto