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Otava, Canadá, 02 Ago (Lusa) - O ministro canadiano dos Negócios Estrangeiros afirmou hoje que o seu país não se sente ameaçado por a Rússia colocar uma bandeira no Oceano Ártico, para reclamar a posse de uma zona no Pólo Norte.
Otava, que também reclama esse território, entende que não existem dúvidas sobre a "soberania canadiana no Ártico", sublinhou o ministro Peter MacKay.
"Está consignado há muito tempo que essas águas são canadianas e que este [território] é propriedade do Canadá", acrescentou.
"Não estamos no século XV. Não se pode ir pelo mundo colocar uma bandeira e dizer:" Reclamamos este território"", disse MacKay à cadeia de televisão canadiana CTV.
Uma expedição russa utilizou um mini-submarino para implantar hoje uma bandeira nacional, num acto que simboliza o seu direito a uma zona rica de petróleo e gás no Ártico.
A bandeira russa, cujo estandarte foi feito em titânio anti-ferrugem, foi colocada a 4.261 metros de profundidade nas águas daquele Oceano.
Em reacção à acção russa, o chefe da diplomacia canadiana considerou que foi apenas "espectáculo".
A colocação da bandeira russa na região segue-se às pretensões anunciadas pelo presidente Vladimir Putin, de que a Rússia deve assegurar, com urgência, os seus "interesses estratégicos, económnicos, científicos e de defesa no Ártico".
Em 2001, Moscovo reclamou perante uma comissão das Nações Unidas que as águas junto à Costa Nordeste são uma extensão do seu território marítimo mas o argumento foi recusado.
Outros países, como os Estados Unidos, Canadá e Dinamarca, detentores de zonas costeiras na região, disputam igualmente a soberania sobre aquela área do Pólo Norte.
Não alheio ao interesse em torno desta zona geográfica estão as previsões constantes de um relatório geológico norte-americano, segundo as quais 25 por cento das reservas mundiais de petróleo e gás ainda inexploradas estão na Bacia do Oceano Ártico, referiu a CTV.
EF.
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