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As opiniões relativas à exposição ou não de bebés à televisão não é consensual. Nos Estados Unidos, com a introdução do BabyFirst TV, a Academia Americana de Pediatria (AAP) já veio a terreiro dizer que "desaconselha que crianças com menos e dois anos assistam à televisão e, diz mesmo, que este tipo de passatempo só agrava ainda mais as já alarmantes taxas de obesidade nos EUA".
Américo Baptista, psicólogo clínico, posto perante a questão do benefício ou malefício da existência destes canais, desdramatiza "Estou convencido que o número de horas que as crianças vêem de televisão não vai aumentar. Se os conteúdos desses canais forem adequados para a faixa etária em questão, provavelmente até é melhor".
Para o psicólogo clínico, o importante não é as crianças estarem a ver televisão, mas sim se o que estão a ver é adequado à sua faixa etária".
A pediatra e membro da AAP Kathleen Clarke é da opinião que "a melhor forma de estimular o cérebro dos bebés de seis meses a três anos é a interacção directa com os pais e um ambiente no qual haverá muitas texturas e brinquedos interessantes".
O psicólogo contactado pelo JN, apesar de uma opinião diferente, esclarece que com o que ficou dito, em favor de uma televisão com conteúdos adaptados à faixa etária em questão, "não quer dizer que o relacionamento com os bebés não deva ser melhorado, não deva existir a atenção dos pais, o contacto próprio da mãe e do pai".
Uma ideia que formulou também Américo Baptista está directamente ligada com a inovação, "com o facto de estarmos sempre preocupados com o que vem de novo. Quando apareceu o telefone e se ouvia alguém a falar do outro lado do fio, já se pensava que era o fim do mundo. Neste aspecto, a televisão é um exemplo importante. Quando apareceu dizia-se que os meninos por verem televisão iam ficar todos malucos. Já tem 50 anos e muitos foram educados com três pessoas pai, mãe e televisão. E parece-me que não há algum dano visível."