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Aalbufeira da barragem do Varosa, em Lamego, está a ficar com uma cor esverdeada e a ser afectada por uma cianobactéria de elevada toxicidade. A proibição de consumo de água e de banhos e a morte de algumas espécies piscícolas são algumas das consequências da existência desta micro alga, que, em 2004, já tinha feito a sua aparição nesta represa.
Desde o paredão da represa até à confluência dos rios Balsemão e Varosa, a água está contaminada por este micro organismo e a situação tende a agravar-se nos próximos dias.
Segundo Rui Cortes, do departamento de Ambiente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a causa deste fenómeno tem a ver com a existência "de elevados índices de matéria orgânica na albufeira, pelas temperaturas altas registadas e pela diminuição de volume de água ".
Na origem desta poluição, está, no entender deste especialista ambiental, "a grande pressão orgânica feita pela existência de unidades agro-alimentares nas imediações dos rios Varosa e Balsemão, situadas a montante da Barragem do Varosa".
Confrontado com este problema, o presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes, mostrou preocupação pela ocorrência. "É uma situação ambiental que não é nova, mas que nós temos vindo a acompanhar. A ETAR de Lamego ainda não está a funcionar a 100%, mas julgo que este problema será resolvido e pode beneficiar ambientalmente o rio".
O autarca garantiu que as "cianobactérias da barragem não põem em risco a qualidade de água de abastecimento público". Tudo porque "a captação é feita na zona de Penude, muito acima, a montante da barragem, e num local onde a água não tem qualquer impureza e é límpida".