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O antigo cabo da GNR António Costa foi acusado pelo Ministério Público de Coimbra de, em 2005, ter agredido sexualmente e assassinado três jovens de Santa Comba Dão, com idades entre os 16 e os 18 anos, e, segundo os investigadores, demonstra todas as características de um assassino em série, revelou ontem o Portugal Diário. A acusação era esperada, uma vez que o militar, na reserva, tinha já confessado a autoria dos crimes, tendo mesmo participado na sua reconstituição.
Aos 53 anos, António Costa responderá por três acusações de homicídio qualificado (por estrangulamento), três crimes de ocultação de cadáver e um de profanação de cadáver, bem como por dois crimes de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa, por ter tentado incriminar o tio de uma das vítimas.
A acusação de profanação de cadáver baseia-se em indícios de que o antigo cabo terá despido e voltado a vestir uma das vítimas, Joana, enquanto que a coacção sexual refere-se às tentativas de beijar Isabel Cristina e Mariana.
António Costa era um militar respeitado e conhecia bem as três vítimas, o que facilitou a aproximação. Isabel Cristina foi a primeira jovem a desaparecer, a 24 de Maio de 2005, tendo o corpo sido encontrado poucos dias depois na Figueira da Foz. De acordo com a autópsia, foi lançada à água já inconsciente e morreu afogada. A segunda vítima, Mariana, desapareceu cinco meses depois. O seu corpo só foi encontrado em Junho de 2006, desmembrado, na Barragem do Coiço, em Penacova. Joana, a terceira vítima, foi vista pela última vez com vida em Maio de 2006. O corpo foi encontrado numa outra barragem, a da Aguieira no Rio Mondego, no final de Junho. Tinha sido precisamente este o local indicado por António Costa.