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São de todas as gerações aqueles que passam no camião JN, parado junto à estação do metro da Trindade, no Porto. As comemorações dos 120 anos são o espelho da renovação constante que soube acompanhar os tempos. Os placards expostos, com notícias marcantes e fotografias várias, ajudam a avivar a memória. "Ainda me lembro da sede na Avenida dos Aliados. Ia lá, quando era bem pequena, com a minha tia, buscar os jornais às 5 da manhã", conta Zulmira Santos. "Recordo-me de publicarem a notícia da morte de Sá Carneiro", afirma Mário Andrade, enquanto comenta a qualidade da exposição com um amigo. Os recortes de jornais relembram as edições que alguns vão guardando lá por casa. Sobretudo as notícias censuradas chamam a atenção. "Na altura, sabíamos que as notícias especiais eram censuradas", desabafa Zulmira. Uma verdadeira lição de história, à qual nem os mais novos ficam indiferentes. Uma turma do sétimo ano, da escola Gomes Teixeira, é apenas um exemplo do interesse pelo percurso do jornal. "Leio o jornal todos os dias. Os meus pais compram e eu aproveito para ler, sobretudo as notícias de desporto", conta Tatiana Santos, de 12 anos, que, mesmo assim, diz "preferir a versão online". Opinião contrária tem o colega Rúben Almeida, de 14 anos. "Prefiro a versão impressa, onde leio as notícias do país e internacional", diz. De uma forma ou de outra, todos são unânimes em afirmar a existência do "espírito do jornalismo" no "Jornal de Notícias". Enquanto comentam, visitam também o pavilhão anexo, onde várias instituições se dão a conhecer. Dulce Pinto passeia com a neta, enquanto vê tudo atentamente. "É uma forma de sensibilizar as pessoas para a leitura", salienta. Os standes expostos, que percorrem temas como a solidariedade ou o meio ambiente, vão fazendo com que os visitantes distribuam a atenção. Funcionam como um complemento da exposição, onde vão aprendendo e descobrindo as actividades de cada entidade presente. Enquanto isso, alguns divertem-se com os jogos de corridas e cultura geral que também se encontram no local.
Cátia Cardoso