Corpo do artigo
Três homens foram, ontem, abatidos a tiro na cidade de Nápoles, no Sul da Itália, o que faz elevar para cinco o número de vítimas, em menos de 24 horas, do crime organizado. Desde o início do ano 113 pessoas foram assassinadas na cidade.
Duas vítimas foram mortas, ontem de manhã, em Melito, uma zona periférica de Nápoles, vizinha de Secondigliano e de Scampia, as quais têm sido, ao longo das últimas semanas, palco de uma guerra entre o clã Di Lauro e grupos "secessionistas".
Segundo as autoridades, estas duas vítimas são Domenico Riccio, de 40 anos, proprietário de uma tabacaria, e Salvatore Gagliardi, de 57 anos, que se encontrava no estabelecimento.
Pouco antes, em Secondigliano, foi encontrado um cadáver carbonizado. Tratava-se do corpo de Francesco Tortora, de 63 anos, que tinha antecedentes criminais.
Anteontem, dois homens tinham já sido abatidos a tiro num espaço de menos de seis horas e apresentavam, segundo a Polícia, a assinatura da camorra, a mafia napolitana.
A primeira vítima, Biagio Migliaccio, de 34 anos, foi morto enquanto trabalhava com o pai numa oficina de automóveis. Não tinha antecedentes criminais mas era sobrinho de um membro do clã Di Lauro.
Já durante a tarde, os assassinos crivaram de balas o corpo de um vendedor ambulante, Gennaro Emolo, de 54 anos, que tinha ligações antigas ao contrabando.
O clã Di Lauro está em luta com um grupo dissidente pelo controlo da venda de droga em certas zonas de Nápoles. Os antigos membros do grupo tentam actuar por conta própria, provocando uma violenta reacção do clã. Segundo a Polícia, os dissidentes começaram a responder da mesma forma. Entre as 113 vítimas contabilizadas desde o início do ano figuram vários passadores e também alguns adolescentes apanhados no meio deste ajuste de contas.