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Próxima edição em 2007? Não queremos esperar tanto." Perante as centenas de jornalistas presentes, ontem, na Tenda VIP, Santana Lopes propôs a Roberto Medina a antecipação da reedição do Rock in Rio Lisboa para 2006: "Aceita?". O pai do mega-evento lança-se decidido ao aperto de mão e firma, por escrito, o contrato que arriscará superar "o recorde de 385 mil pessoas, aqui conseguido, estabelecendo-se como o maior evento de sempre do Mundo", assumiu o empresário.
Inventariam-se os proveitos. Para a cidade: "Uma esmagadora maioria de lisboetas desconhecia o espaço da Quinta da Bela Vista, obra que integrou o mandato de Jorge Sampaio na Câmara", afirmou o actual presidente da autarquia, com objectivo concreto de dar continuidade à dinamização desta zona de Lisboa. "Oferecemos as mesmas condições a quaisquer festivais que celebrem a música e a paz", assumiu, "e não pode haver rivalidades entre diferentes organizadores. Há espaço para todos". Em nome da cooperação, Santana manifestou orgulho em "trazer para Lisboa o rock vindo do Rio" - Rio de Janeiro, leia-se, a cidade berço do sonho da música humanitária.
Contributo para a economia
A avaliar pelos "70 mil colaboradores directos e 15 mil indirectos" que se empenharam, "durante um ano de trabalho em Portugal", na montagem deste evento, "a economia portuguesa arrecadou um importante contributo", declarou Roberto Medina, nomeando "Portugal como país preparado para novos desafios de entretenimento".
No dia em que se celebravam 11 meses após a assinatura do contrato com o principal patrocinador do festival, Filipe Pinhal, vice-presidente do Millenium BCP, recordou que, "há cerca de um ano, tudo foi difícil - muitos achavam que um banco e rock não se cruzavam -, pelo que foi um desafio saltar a barreira das mentalidades formatadas para coisas mais conservadoras". A aposta "foi um sucesso", rematou, renovando o compromisso de patrocinar a próxima edição do evento. Mas, se "o mais importante é a festa da fraternidade", continuava Medina, então, os números alcançados pelos donativos humanitários concretizaram, "não o slogan, mas a atitude do evento", no sentido de actuar "por um Mundo melhor", caracterizava o ideólogo da iniciativa. Raúl Azevedo, director de comunicação e marketing da SIC, frisou a "consciência social" espoletada, com base nos "400 mil euros angariados e que já se encontram a ajudar seis mil crianças".
Verificados "indíces de 100% na organização e coordenação", o mesmo responsável do canal oficial do Rock in Rio - que o será, novamente, em 2006 - avisa que, "depois disto, os produtores de festivais, em Portugal, vão ter um sério problema". Sempre louvada, por patrocinadores e público, a organização do evento acabou por ser o rebuçado do festival: "Nunca vi estruturas funcionarem tão bem", comentou Medina.
Antes da proposta-supresa de Santana, o criador do festival havia inaugurado a conferência com um compromisso: "O Rock in Rio veio a Lisboa para ficar". A data confirmou-se mais cedo do que se esperava. Mais cedo do que o próprio Roberto Medina imaginava.
No último dia do festival, Roberto Medina assumiu que "385 mil pessoas" estiveram na Quinta
da Bela Vista Millenium BCP e SIC mantêm-se aliados no patrocínio da próxima edição do evento
rock in rio lisboa dia 6
O Presidente da República foi uma das presenças mais notadas no festival durante o dia de ontem. Jorge Sampaio, vestido de forma informal, compareceu na Quinta da Bela Vista acompanhado pela mulher, Maria José Rita, e pelos filhos. Sampaio não tardou a abandonar a tenda vip e a passear pelo recinto, misturando-se com a multidão. Como não podia deixar de ser, foi alvo de muitos olhares, comentários e abordagens por parte dos festivaleiros, que não queriam perder a oportunidade de, já agora, tirar uma fotografi ao lado do Presidente da República - e Sampaio, sempre sorridente, lá acedeu a todos os pedidos. Bastante animada esteve Maria José Rita, chegando mesmo a dançar a e pular no meio da assistência enquanto decorria o concerto da brasileira Ivete Sangalo
Sampaio misturou-se com a multidão
Segurança impera É um facto. Miúdos correm pelo recinto, sem problemas de maior, devido ao dispositivo de segurança instalado no Rock in Rio. Elementos dispersos por todo o espaço fornecem um ambiente propício à inexistência de situações de tensão ou de qualquer outra espécie de episódios mais problemáticos.
Falta de respeito Houve quem viesse ao festival por causa de Britney Spears. O espectáculo da cantora norte-americana confirmou a sua inutilidade enquanto artista. Erros técnicos de bradar aos céus, coreografias corriqueiras e música péssima. Falta de respeito máxima: o uso de playback.