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Somos aquilo que comemos. A frase não foi inventada recentemente por nenhum publicitário. Pelo contrário. Hipócrates, pai da medicina, divulgou a ideia há mais de 2500 anos. E acrescentou "Que o vosso alimento seja o vosso primeiro medicamento".
"Vivemos numa altura em que há um fundamentalismo relativamente à silhueta, mas os casos de obesidade aumentam a cada dia". A provocação é feita pelo psiquiatra Carlos Mota Cardoso. "E a publicidade promove mais doenças do que saúde", diz. A pergunta surge, então, com naturalidade como ter uma alimentação equilibrada, no meio de tanta oferta?
Para a nutricionista Rosa Maria Santos, da Fundação Portuguesa de Cardiologia, os conselhos são mais do que muitos e devem ser respeitados nas férias. Por um lado, não saltar refeições. Por outro, comer antes de ter fome. "Comer por antecipação é ideal para comer a quantidade certa", enuncia. O segredo está, então, na quantidade e qualidade pouco e bom.
Pequeno-almoço, almoço, dois lanches, jantar e ceia são as refeições fundamentais. Os dois lanches, por exemplo, são ideais para quem quer emagrecer. É que "ter forme engorda", refere a nutricionista. "Quando se inicia o jantar de barriga vazia, é difícil controlar a ingestão alimentar, acabando por se comer em demasia".
No leque dos conselhos insere-se a "alimentação arco-íris". Cada cor tem determinada função, e só juntando todas as cores do arco-íris é possível tirar partido de todos os pigmentos que fazem bem à saúde. A variedade é também fundamental. As saladas, por exemplo, podem ser coloridas, mas com pouco de cada cor.
A receita acaba por ser curta. Evitar os fritos, o sal e os alimentos com colesterol. Batata, arroz, massa e feijão não estão proibidos, mas devem ser comidos com moderação.
Inevitavelmente, refere-se o exercício físico, em especial para crianças e seniores. Na opinião de Carlos Mota Cardoso, "as próprias crianças estão viciadas na comida e têm um comportamento bulímico". E para aquelas que sofrem de obesidade infantil, o futuro pode não ser risonho. "As causas estão definidas", adianta Rosa Maria Santos. "Falta é investimento na prevenção".