"Raivera" é o primeiro disco de Ianina Khmelik. A artista atua esta quinta-feira, às 23.30 horas, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, no âmbito do festival Westway Lab, em Guimarães.
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Chama-se Ianina Khmelik mas adotou o diminutivo IAN. Como adotou Portugal para viver há mais de dez anos. A cantautora e violinista russa da Orquestra Sinfónica do Porto acaba de lançar um LP eletrónico de nove faixas, onde abunda o pop-rock. O álbum é cantado em três línguas (português, inglês e alemão), conta com a colaboração de Pedro Oliveira, vocalista dos Sétima Legião, e foi produzido pelo fundador dos The Gift, Nuno Gonçalves.
Depois de dois EP, "#1" e "#2" (ambos de 2018), saiu para as ruas "Raivera" que a artista revelou ao JN ser "o caminho de uma vida". Trata-se de um álbum autobiográfico, altamente focado nas ideias de liberdade e desafio. O primeiro conceito é reforçado com o tema "Freiheit" (liberdade, em alemão), que representa um dos traços da personalidade artística de IAN.
A segunda ideia retrata a sua adolescência, quando emigrou a Portugal, vinda da Rússia, e a dificuldade que sentiu em adaptar-se a uma cultura distinta. A temática é explorada ao longo do disco. No álbum deparamo-nos com noções associadas ao encontro de identidade, felicidade e esperança.
A capa também acrescenta um sentido ao disco, através das sombras da artista na imagem. "Representam os vários lados que o ser humano tem", explicou IAN. Esta mesma ideia é complementada com o videoclipe da faixa "Good Girl", onde vemos a cantora pintada de branco e preto, para demonstrar "uma fase solar e lunar" da sua personalidade.
O título "Raivera" é a junção das palavras russas para paraíso (rai) e fé (vera). O nome do LP representa o desejo de Ianina de conseguir alcançar sucesso com a recente vertente eletrónica.
Nos concertos, a artista não fica só pelos vocais, também dá uso a técnicas de apresentação que aprendeu quando estudava teatro. Conta ainda com solos de piano e violino acompanhados por vídeos. Para IAN, o que faz no palco "não é só um concerto, é mesmo um espetáculo".
A artista atua esta quinta-feira, às 23.30 horas, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, no âmbito do festival Westway Lab, em Guimarães.
Em Portugal desde 1999, na música desde os quatro anos
Desde os quatro anos que Ianina Khmelik começou o seu percurso musical e quando chegou a Portugal, em 1999, a música não ficou para trás. Explorou vários géneros como o rock e pop, mas decidiu estudar na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE).
Terminou a licenciatura em 2006, seguiram-se anos de trabalho com o agrupamento de música contemporânea da Casa da Música, Remix Ensemble, e depois ingressou na Orquestra Sinfónica do Porto.
Em 2018 iniciou um projeto de música eletrónica, assinado pelo nome IAN. Nesse ano abriu concertos para os The Gift, atuou no festival MIMO e no Super Bock em Stock. No ano passado, lançou o single "Boarding Now" e fez uma digressão pelo México onde começou a apresentar, aos poucos, "Raivera".
Em 2021, Ianina pretende atuar na Casa da Música. Nessa vez, para mostrar o seu novo álbum a solo.