O advogado do ex-vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre garantiu que há provas que inocentam o seu cliente dos crimes que lhe são imputados pelas autoridades brasileiras de estelionato e que ainda não foi notificado dos processos.
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O advogado Hernâni Duque Lacerda disse hoje à agência Lusa que ainda não foi notificado pelas autoridades brasileiras sobre o processo que corre no Brasil contra Adelino Pinto e que não tem conhecimento oficial de que ele conste na lista dos foragidos internacionais.
"O meu cliente não burlou ninguém nem ficou com o dinheiro. Apesar do que as autoridades brasileiras possam dizer ou fazer temos elementos que provam a sua inocência", garantiu o advogado, lamentando que os investigadores não saibam onde está Teresa Falcão e Cunha que, segundo Adelino Pinto, ficou com o dinheiro.
Em Setembro, Adelino Pinto foi acusado pelo Ministério Público brasileiro por estelionato (crime semelhante a burla) e coação no curso do processo.
Hernâni Duque Lacerda recusou-se a prestar informações sobre a localização do seu cliente.
Adelino Pinto acusado de se apropriar indevidamente de 2,5 milhões de reais (1,03 milhão de euros) na Arquidiocese de Porto Alegre e foi-lhe aplicada a 12 de agosto a medida de coação de prisão preventiva, que não cumpriu por se ter ausentado do país.
Entretanto, a representação da Interpol no Estado do Rio Grande do Sul, no Brasil, informou sexta-feira que encaminhou o pedido de inclusão do ex-vice-cônsul de Portugal em Porto Alegre na lista de foragidos internacionais.
Neste momento, adiantou o advogado, apenas está a tratar do processo disciplinar instaurado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e que não foi notificado sobre o processo que corre no Brasil e de outro que está em investigação em Portugal contra Adelino Pinto.
De acordo com padres da Arquidiocese de Porto Alegre, Adelino Pinto ofereceu-se, em nome do Governo de Portugal, para intermediar o contacto com uma organização não governamental (ONG) belga, alegadamente representada por Teresa Falcão e Cunha, que financiaria o restauro de duas igrejas de origem portuguesa no Brasil.
Para receber o dinheiro, a arquidiocese depositou os 2,5 milhões de reais como caução na conta bancária do agora acusado. Os 12 milhões de reais (4,9 milhões de euros) prometidos para as obras, porém, nunca chegaram.
O desvio do dinheiro começou em Março e devido às suspeitas de envolvimento no desvio, a Inspeção-Geral Diplomática e Consular do MNE exonerou-o do cargo e remeteu a 08 de abril à Procuradoria-Geral da República o expediente relativo ao processo disciplinar, que foi enviado para o DIAP de Lisboa, que está a investigar o assunto.