A Amnistia Internacional alertou esta terça-feira para o crime organizado e os problemas de corrupção policial no Rio de Janeiro, cinco dias após o assassínio da juíza Patrícia Acioli.
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De acordo com o relatório da organização de defesa dos direitos humanos, a execução de uma juíza "que estava simplesmente a realizar o seu trabalho" foi um "golpe no Estado de Direito e no sistema judicial do Brasil".
Patrícia Acioli foi morta com 21 tiros na última quinta-feira na cidade de Niterói, próxima do Rio.
A magistrada era conhecida por julgar diversos crimes ligados com grupos de extermínio, milícias e traficantes que agiam na região e havia sido responsável pela condenação de cerca de 60 polícias com envolvimento em atividades criminosas.
Para a AI, além de uma "investigação profunda e independente", as autoridades brasileiras precisam garantir a protecção dos envolvidos na investigação.
"A polícia e as autoridades municipais e estaduais têm fechado os olhos para as grandes redes de serviços de transporte, gás e telecomunicações mantidos pelas milícias", destacou ainda a AI.
O novo juiz, que assumiu o lugar de Patrícia Acioli, Fábio Uchôa prometeu esta terça-feira ser rigoroso nas investigações que estavam a cargo da colega. "Todo o servidor público que aproveita a sua função para praticar um crime, deve ser punido com mais rigor", declarou.
A Agência Brasil informou ainda que uma comissão de juízes, designados pelo Conselho de Justiça (CNJ) brasileiro, chegou esta terça-feira ao Rio de Janeiro para acompanhar as investigações do caso.