O Brasil melhorou um pouco o seu Índice de Corrupção, surgindo em 14.º lugar entre os 28 países analisados no mais recente ranking da organização Transparência Internacional.
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Segundo o relatório, o resultado global do Brasil é de 7,7 pontos -- numa escala de 0-10, significando o valor mais alto que as empresas do país em causa nunca recorrem à corrupção nos seus negócios no estrangeiro --, situado um ponto abaixo da média dos 28 Estados avaliados.
Este resultado revela uma mudança positiva de 0,3 pontos entre 2008 e 2011 -- ou seja, as empresas do Brasil estão hoje ligeiramente menos susceptíveis ao recurso à corrupção nos seus negócios no estrangeiro.
O Índice de Corrupção 2011 da Transparência Internacional perguntou às empresas de 28 países exportadores, entre os quais o Brasil, com que frequência recorrem à corrupção nos seus negócios no estrangeiro (com fornecedores, clientes, parceiros ou concorrentes).
No caso do Brasil, um total de 114 negociadores foram questionados, 61 dos quais de empresas com 5 a 49 trabalhadores, 22 de empresas com 50 a 99 funcionários e 31 de empresas acima dos 100 trabalhadores.
Segundo a Transparência Internacional, que questionou cerca de três mil executivos e empresários, a prática da corrupção nos negócios que se realizam no estrangeiro é "uma ocorrência regular".
As empresas de China e Rússia, que investiram 120 mil milhões de dólares no estrangeiro em 2010, são as que mais provavelmente exercerão corrupção nos negócios no estrangeiro, enquanto as firmas de Holanda e Suíça são as menos susceptíveis à prática, de acordo com o relatório hoje divulgado.
A Transparência Internacional recorda que existem convenções internacionais com disposições anti-corrupção, assinalando que a aplicação da convenção da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico) que criminaliza a corrupção no estrangeiro precisa de ser reforçada por cada um dos 34 membros desta organização e ainda por Argentina, Brasil, Bulgária e África do Sul, que também a adoptaram.
A organização destaca que 21 dos 38 Estados-partes da convenção mostram "pouca ou nenhuma aplicação da convenção" e refere concretamente os casos de Austrália, Brasil, Canadá, México, África do Sul e Turquia.
A convenção das Nações Unidas relativa à corrupção, incluindo também a criminalização dos actos de corrupção cometidos no estrangeiro, foi rectificada por 154 países, recorda a organização, acrescentando que há um ano o G-20 (grupo das 20 maiores economias mundiais) comprometeu-se a lidar com a corrupção no estrangeiro através de um plano internacional contra a corrupção.
"Estes quadros legais internacionais têm de ser transpostos para as leis nacionais e efectivamente aplicados pelos governos. Mas é aqui que variações significativas entre os países são visíveis", assinala a organização, referindo que três das maiores economias mundiais - Alemanha, Japão e Arábia Saudita - já assinaram a convenção da ONU, mas ainda não a ratificaram.