O guarda-redes Bruno Fernandes está a prestar depoimento, esta terça-feira, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, sobre as acusações contra a juíza Maria José Starling, que terá cobrado 660 mil euros de propina em troca de um "habeas corpus" para o futebolista. Durante a sessão, Bruno chorou e disse que quer voltar a jogar futebol.
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A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais está a ouvir o guarda-redes Bruno, a pedido dos deputados Durval Ângelo, presidente da comissão, e João Leite. Bruno e a noiva Ingrid Calheiros Oliveira acusam a juíza Maria José Starling de tentar "vender" por 1,5 milhões de reais (660 mil euros) um habeas corpus para o atleta.
De acordo com o casal, a magistrada, o ex-advogado do guarda-redes, Robson Pinheiro, e um suposto polícia de nome Leandro, estariam envolvidos na tentativa de extorsão, avançou o portal "r7".
O deputado Durval Ângelo afirmou que o objectivo da Comissão é saber se o guarda-redes tem conhecimento das supostas ameaças que Ingrid Calheiros está a receber, devido à não concretização do acordo. Segundo a "Veja", o parlamentar declarou que os indícios que comprovariam as denúncias são fortes e já impetrou um pedido de afastamento da juíza junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Preso na penitenciária Nelson Hungria, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o guarda-redes Bruno Fernandes emocionou-se durante a sessão, afirmando que pretende sair de cabeça erguida do presídio e retomar a carreira. "Não devo nada. Quero sair para cuidar da minha carreira e dos meus entes queridos", disse o ex-jogador do Flamengo.
"Se quisesse sair por meio de corrupção, teria aceitado o pedido do senhor Edson Moreira, que me pediu dois milhões de reais para jogar a culpa em cima do Macarrão e do meu primo menor", acrescentou.
Caso Eliza Samudio
O guarda-redes está preso desde Julho de 2010, acusado pelo desaparecimento e morte da ex-amante Eliza Samudio, cujo corpo não foi encontrado. Em 2009, o guarda-redes manteve um relacionamento amoroso com a ex-modelo, que ficou grávida e passou a exigir o reconhecimento da paternidade e o pagamento de uma pensão de alimentos.
Após o nascimento do bebé, a ex-modelo iniciou uma batalha judicial para provar que o filho era do guarda-redes, o que levou a diversos desentendimentos entre o casal, segundo testemunhas.
Bruno era guarda-redes do Flamengo desde 2006 (foi afastado do clube), depois de passar pelo Atlético de Minas Gerais, e foi um dos principais responsáveis pela conquista do campeonato brasileiro do clube carioca em 2009.