A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, elogiou, quinta-feira, em Luanda, o desempenho da economia angolana e destacou que, apesar da crise internacional, o crescimento foi mantido.
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Segundo a estadista, num discurso hoje proferido na Assembleia Nacional de Angola, o desempenho económico só foi possível graças a "políticas equilibradas" do Governo, que optou, assim como o Brasil, por um caminho diferente do que foi seguido pelos países desenvolvidos.
"Esse crescimento é fruto da tenacidade de seu povo, da responsabilidade do seu governo, que vem adoptando políticas equilibradas, enquanto partes do mundo desenvolvido continuam a trilhar o caminho da insensatez", ressaltou.
"Angola, como o Brasil, apostou no crescimento, em políticas contra-cíclicas, em privilegiar acções sociais do combate à pobreza, no desenvolvimento e na criação de empresas. Nossos países fugiram do receituário conservador que tão bem conhecemos na América Latina por mais de 20 anos", afirmou Dilma Rousseff.
A líder brasileira destacou ainda que os investimentos brasileiros em Angola seguem a lógica da cooperação e por isso mantêm princípios como contratação de mão-de-obra local e parcerias com empresas nacionais.
Dilma Rousseff também fez menção à convocação de eleições no país, no terceiro trimestre de 2012, ao dizer que o anúncio é de "grande importância" para Angola.
"Saúdo a recente aprovação na nova Constituição angolana, a conclusão de mais uma etapa do processo de consolidação e aprofundamento da democracia no país. É de grande importância também, igualmente, o recente anúncio feito pelo senhor Presidente de eleições presidenciais em 2012", acrescentou.
A chefe de Estado brasileira referia-se à confirmação do Presidente angolano, no seu discurso sobre o estado da nação na terça-feira, da realização de eleições gerais no terceiro trimestre de 2012.
Ao abrigo da nova Constituição angolana, o futuro Chefe de Estado será escolhido indirectamente no parlamento pelo partido mais votado nas legislativas do próximo ano.
Dilma Rousseff ressaltou ainda o esforço conjunto feito por Brasil e Angola na recuperação económica da Guiné-Bissau e reconheceu o "crescente engajamento" de Luanda na busca de estabilidade política no continente africano.
A Presidente brasileira chegou na noite de quarta-feira a Luanda para uma visita bilateral.
A estadista encerra em Luanda um périplo africano que começou no início da semana em Pretória, onde participou no fórum do grupo IBAS (Índia, Brasil e África do Sul) e prosseguiu com uma visita bilateral a Maputo, onde assistiu às cerimónias dos 25 anos da morte do primeiro Presidente moçambicano, Samora Machel.