O ministro do Desporto do Brasil, Orlando Silva, afirmou que está a viver um "linchamento público" e instou o seu denunciante a apresentar provas concretas, em declarações prestadas na Câmara dos Senadores, em Brasília.
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"O que sinto hoje é viver um linchamento público. O que se pretende é tirar um ministro de Estado do governo. A minha revolta deve-se a que é inaceitável pactuar com a acusação sem provas", afirmou Silva.
No final da semana, uma reportagem da revista "Veja" apontou o ministro como mentor e beneficiário de um suposto esquema de corrupção que desviava dinheiro do Ministério do Desporto, através de contratos irregulares com organizações não governamentais.
O delator do esquema, o polícia militar João Dias Ferreira, ainda não apresentou provas. Ele próprio é acusado de participar no mesmo esquema, ocorrido entre 2005 e 2006, e chegou mesmo a ser detido, em 2010, pela polícia de Brasília.
No entanto, esta é a primeira vez que o nome de Orlando Silva, que naquela época ocupava o cargo de secretário-executivo do Ministério, é envolvido no caso.
Durante a sessão com os senadores, o ministro voltou a afirmar que processará o delator por calúnia e danos morais.
A seu favor, Silva argumenta que a decisão de o apontar como envolvido na fraude surgiu como reacção a um "interesse ferido", uma vez que exigiu à entidade comandada pelo polícia militar João Dias que devolvesse o dinheiro desviado.
"Eu combati a corrupção. O que faz essa pessoa? Acusa-me de desviar os recursos públicos que ele desviou", defendeu-se o ministro, em depoimento transmitido pela televisão.
O ministro foi espontaneamente ao Senado prestar esclarecimentos. Na terça-feira tinha feito o mesmo diante da Câmara dos Deputados e prometeu ainda depor perante a Comissão de Ética do Executivo até sexta-feira.