Músico fundador dos Nirvana e voz maior da geração grunge morreu há 30 anos. Mas a sua música e a sua influência na cultura popular são imortais.
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A dúvida vai pairar sempre, mas o que é factual é que Kurt Cobain, o icónico líder da banda Nirvana, faleceu a 5 de abril de 1994 deixando para trás um legado musical que continua a influenciar gerações. Os 30 anos da sua morte são uma ocasião para refletir não apenas sobre a sua vida e a sua carreira, mas também sobre o impacto duradouro na música e na cultura popular.
Cobain nasceu em 1967 em Aberdeen, Washington, EUA, e desde cedo mostrou interesse pela música. Em 1987 nasciam os Nirvana, juntamente com o baixista Krist Novoselic e o baterista Dave Grohl. A banda rapidamente se tornou no motor do movimento grunge de Seattle, conquistando sucesso comercial e crítico com álbuns como "Nevermind" (1991) e "In utero" (1993).
No entanto, por trás do sucesso, Cobain lutava com problemas de saúde mental e dependência de drogas.
A sua morte, alegadamente por suicídio, aos 27 anos chocou o mundo da música e deixou uma lacuna na cena grunge e na cultura popular como um todo.
Courtney Love e Frances Bean
Os fãs lamentaram a perda de um ícone cuja música capturou o zeitgeist da Geração X e de uma era marcada pelo cinismo e desilusão. Do outro lado ficou sempre uma sombra sobre a figura de Courtney Love, a sua viúva, vocalista da Hole que muita gente culpa, voluntária ou involuntariamente, da sua morte.
30 anos depois, Love mudou-se para Londres, com os seus cãezinhos e chazinhos, fez uma desintoxicação de droga e conseguiu criar a sua filha Frances Bean Cobain, que chegou inclusivamente a produzir o documentário sobre o pai "Kurt Cobain: Montage of heck", em 2015.
A relação volátil entre a mãe e filha – complicada pelo luto não resolvido, pelas tensões com a família de Kurt, pela carreira de montanha-russa na música e no cinema – repercutiu muitas vezes em cenas de tribunais. Frances disse à revista "Rolling Stone" que ela e Love “resolveram muitos dos problemas: eu cresci e ela cresceu também".
Saúde mental, drogas e alertas
Ao longo dos anos, o legado de Cobain só cresceu, a sua música, as letras sinceras e o estilo autêntico continuam a ressoar em ouvintes de todas as idades. Os Nirvana são frequentemente citados como uma das bandas mais influentes da história do rock, e Cobain é lembrado como um dos maiores compositores e músicos rock da sua geração.
Além da sua contribuição para a música, Cobain também deixou um impacto duradouro no ativismo e na consciencialização sobre questões de saúde mental e abuso de substâncias. A sua honestidade sobre as suas próprias lutas, como a relatada no tema "Lithium", inspirou muitos a procurar ajuda e a falar abertamente sobre as suas próprias experiências.
Nos últimos 30 anos, inúmeras homenagens foram feitas a Cobain e aos Nirvana, incluindo reedições de álbuns, documentários e performances de tributo.
Resistir ao teste do tempo
A sua imagem ainda é omnipresente na cultura popular, com a sua efígie muitas vezes reverenciada como um símbolo de autenticidade e rebelião, mesmo na moda, com os seus cabelos loiros, os óculos de sol brancos e as camisolas às riscas, o ícone é verdadeiramente imortal.
Apesar de algumas questões sobre a sua vida e morte permanecerem sem resposta, o legado de Kurt Cobain continua a crescer.
A música resiste ao teste do tempo e continua a inspirar uma legião de fãs ao redor do mundo. Nos 30 anos da morte, a sua preponderância na cultura popular é inegável, e o seu lugar singular na história do rock está garantido para sempre.
Como disse Frances Bean Cobain, que tinha 20 meses quando o pai morreu, "a minha dinâmica com o meu pai é como a dinâmica de uma fã. Todos os dias ouço uma música dele na rádio, ou vejo alguém com uma t-shirt dos Nirvana. E é aí que penso que gostava que ele tivesse ficado por cá".